É considerada desconfortável a posição do líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, ao adiar para o próximo mês a escolha do candidato do grupo à Prefeitura de Maceió. A viagem do prefeito Cícero Almeida (PP) à Brasília aumentou as dúvidas quanto ao nome que levará o carimbo de Renan, na disputa pela capital.
O ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) é de peso nas pesquisas encomendadas pelo líder pemedebista. Mas, Lessa vai entrar em uma eleição tendo como presidente do TRE o desembargador Orlando Manso, a quem chamou de “ladrão” em uma entrevista há 11 anos, para um jornal pernambucano. Manso processou e ganhou direito a indenização.
E como será o clima da eleição, já que o passado não está insepulto nem para Manso nem para Lessa? Renan prefere não arriscar.
Mosart Amaral é o secretário de Infraestrutura de Maceió, presidente do PMDB na capital. Porém, na gestão de Almeida, o secretário fica como sempre esteve: um ilustre desconhecido, sem visibilidade política, sem presença do padrinho- Almeida- na engorda eleitoral nas ruas ou nos bastidores.
O deputado federal João Lyra (PSD) ainda pode ser candidato. O que preocupa Renan? Foi Lyra quem denunciou, em 2007, o esquema dos “laranjas” do senador- envolvendo o próprio empresário. A relação entre os dois é diplomática. E o passado sopra na garganta, além da ampla rejeição ao nome do parlamentar federal- seguindo os passos da eleição de 2006, ao Governo do Estado.
Sobra a deputada federal Rosinha da Adefal (PT do B): menos rejeição, bons números na capital. Pode ser a alternativa.
No lado do Palácio Repúbica dos Palmares, o ex-ministro do Tribunal de Contas da União, Guilherme Palmeira- pai do deputado federal Rui Palmeira (PSDB)- levou o cheque ao governador Teotonio Vilela Filho (PSDB). Era o preço para o filho entrar na disputa pela Prefeitura de Maceió. Preço político, esclareça-se.
