Caso Bárbara: MP vai ouvir testemunha ameaçada de morte

O promotor Marcus Mousinho confirmou que vai ouvir Thiago Handerson de Oliveira Santos- testemunha do caso Bárbara Regina- porque ele está sendo ameaçado de morte dentro do sistema prisional.

Segundo ele, o MP vai marcar dia e hora do depoimento, em sigilo. Thiago sera ouvido em juizo, no início da fase de instrução criminal.

Ele é primo de Vanessa Ingrid, apontada pela polícia como a assassina da estudante de Contabilidade, Bárbara Regina, que desapareceu de uma boate ano passado. Na nova versão apresentada pela Polícia Civil, Bárbara era garota de programa, viciada em cocaína e foi morta por ter dívidas, que agenciava os programas sexuais para Bárbara.

“Vamos ouvi-lo primeiro porque, segundo a Polícia Civil, ele está ameaçado de morte dentro do sistema prisional. Além disso, foi o Tiago quem denunciou a Vanessa, acusou-a de ter sido a mentora do assassinato e ainda confirmou que o Otávio foi o autor material”, disse o promotor.

Otávio Cardoso Ferro é o homem visto em imagens de uma câmera da boate, que mostram Bárbara vista com vida pela última vez. Na versão da polícia, a estudante está morta.

“É preciso esclarecer que o inquérito fora concluído em 2012 e que, ainda no ano passado, nós oferecemos denúncia contra os dois homens acusados da materialidade do crime, o Otávio Cardoso da Silva Neto e o Moab Balbino. Por conta da nossa denúncia, a Justiça até decretou as prisões deles. Só que, infelizmente, o Otávio continua foragido. Entretanto, como a polícia anunciou que teria encontrado a mandante do homicídio, novas diligências precisaram ser feitas e sentimos a necessidade de ouvir, já em Juízo, o depoimento do Tiago. E este último procedimento pode ocorrer durante o trâmite do processo através da produção de prova antecipada, haja vista que ele não foi citado na ação penal”, detalhou o promotor de Justiça.

Aditamento à denúncia

Se o Ministério Público entender que, no depoimento de Tiago Santos, há indícios suficientes que apontem Vanessa Ingrid como autora intelectual da morte de Bárbara Regina, novas pessoas serão ouvidas. “Poderemos ouvir a própria acusada e, também, os familiares da vítima. Isso acontecerá, se for o caso, nas investigações que estamos fazendo antes de incluir um novo réu na ação. Portanto, se ficar comprovada a versão apresentada pelo Tiago, que acusa a prima de ter pago o Otávio para matar a Bárbara, faremos um aditamento à denúncia e pediremos, também, a condenação dela”, explicou Mousinho.

Vanessa Ingrid está presa acusada de envolvimento na morte de Franciele Rocha, crime praticado em 14 de fevereiro deste ano, no bairro da Serraria. Franciele foi queimada viva e seu corpo foi encontrado, seminu, nas proximidades do Conjunto José Tenório. Na mesma semana do crime, Vanessa foi presa, no município de Estrela de Alagoas, por equipes da Delegacia de Homicídios. A polícia recebeu informações de que a acusada estaria se escondendo na casa de parentes no interior. De acordo com as investigações policiais, ela encomendara o assassinato porque a vítima teria se envolvido com um ex-namorado seu. Vanessa também é apontada como chefe de um esquema de prostituição em Maceió.

O caso

A estudante Bárbara Regina, de 21 anos, desapareceu em setembro de 2012, após ter saído da boate Le Hotel, no bairro da Pajuçara. O circuito interno de câmeras do estabelecimento comercial conseguiu filmar a universitária deixando o local na companhia de um homem que, alguns dias depois, foi identificado como Otávio Cardoso.

No mês seguinte, a jovem foi dada como morta pela Polícia Civil que, após concluir o inquérito, apontou Otávio Cardoso e Moab Balbino como os assassinos da universitária.

Em abril deste ano, Tiago Santos, que também foi preso por envolvimento na morte de Franciele Rocha, surgiu com um novo depoimento e acusou a prima, Vanessa Ingrid, de ter mandado matar a estudante Bárbara Regina. A Polícia Civil realizou uma coletiva e permitiu que Tiago fizesse as acusações. Segundo ele, Vanessa lhe contara que Bárbara era uma das garotas de programa de seu site e que a vítima estaria devendo dinheiro à aliciadora.

Ainda segundo Tiago, Otávio Cardoso foi contratado por R$ 1 mil em cocaína para assassinar a universitária. Bárbara teria sido esquartejada e queimada e, seu corpo, deixado num canavial na Mata do Rolo, município de Rio Largo.

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