Morte de jovem no HGE: MP abre investigação

O Ministério Público Estadual abriu investigação para apurar se houve negligência na morte do jovem Wanderson Ricardo da Silva, de 23 anos. Ele morreu no Hospital Geral do Estado vítima de choque séptico e abdômen agudo. A família procurou o Núcleo de Defesa da Saúde Pública do MPE, nesta terça-feira (22), e disse que não houve  atendimento necessário ao rapaz.

“No domingo (12), meu filho sentia fortes dores na parte inferior direita do abdômen e nós fomos buscar ajuda no HGE. Lá, deram uma injeção e colocaram ele no soro, em seguida, mandaram-nos embora. Na segunda, as dores continuaram e voltamos ao hospital. Um exame de sangue foi feito e o resultado apontou uma infecção. Uma médica receitou um antibiótico e nos liberou. Na quinta, de novo retornamos porque ele já não suportava mais as dores. Então, o Wanderson fez um exame de urina e o teste mostrou nova infecção. Eu até disse ao médico que aquele quadro era de apendicite e que ele precisava ser operado com urgência. Mas, ninguém me deu atenção. Passei a noite na porta do HGE e, só na quinta, ele fez um raio X. O resultado não mostrou que o apêndice estava prestes a estrangular porque meu filho estava c muitos gases, o que atrapalhou o diagnóstico. Por isso, nada foi feito”, disse a mãe de Wanderson, a dona de casa Ângela Maria da Silva Nascimento.

“Wanderson continuou internado e, só na quinta-feira à noite, um médico constatou que ele estava com apendicite. Uma enfermeira até me disse que meu filho seria operado e depois me daria informações. Entretanto, chegou o outro dia e nada, apesar de todas as tentativas que fiz durante a madrugada. Foi quando, na manhã da sexta, busquei, de novo, notícias a respeito do estado de saúde dele. No Serviço Social, apenas me disseram que ele havia sido operado e que eu poderia visitá-lo às 15h30. Mas, quando se aproximou esse horário, uma funcionária se aproximou e disse que uma assistente social precisava conversar comigo. De imediato, já senti que o pior tinha acontecido”, contou Ângela Maria da Silva.

“Vamos investigar se houve negligência ou imperícia médica por parte dos profissionais que estavam de plantão durante todos esses dias em que a vítima buscou atendimento. E para isso, pediremos apoio ao Conselho Regional de Medicina. Temos que saber se os procedimentos adotados foram ou não corretos para o caso do Wanderson”, informou a promotora de Justiça. Micheline Tenório.

A promotora de Justiça também orientou a família a registrar um boletim de ocorrência para que a Polícia Civil instaure um inquérito para apurar o caso e a buscar a Defensoria Pública do Estado de Alagoas para a propositura de uma ação de reparação por danos morais e materiais.

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