Pesquisa encontra riscos genéticos comuns em cinco transtornos mentais


AFP

Cientistas americanos apontaram, pela primeira vez, que cinco transtornos psquiátricos — autismo, depressão, transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), transtorno bipolar e esquizofrenia — compartilham fatores de risco genético.

Publicado nesta quinta-feira, este foi o segundo o maior estudo já realizado sobre o tema. Os cientistas analisaram o patrimônio genético de 33.332 pacientes portadores dos transtornos, e seus genomas foram comparados com o de um grupo de controle, composto por 27.888 pessoas sem registro de nenhum destes transtornos.

Os cientistas descobriram que os cinco problemas tinham em comum defeitos nos cromossomos 2 e 10, assim como em outros dois genes que participam da regulação do cálcio nas células do cérebro. Um destes genes, denominado CACNA1C, só havia sido associado a transtornos bipolares e à esquizofrenia.

Segundo o estudo, publicado na revista médica britânica Lancet, os genes fazem parte de um quadro geral e não podem, sozinhos, explicar as causas destes transtornos.

Os genes estudados provieram, na maioria, de pessoas de origem europeia. Segundo os autores do estudo, os resultados poderiam ser diferentes com pessoas originárias de outras regiões. Eles esperam que os resultados da pesquisa permitam melhorar o diagnóstico de doenças psiquiátricas.

A classificação de distúrbios mentais é muito delicada porque os sintomas podem ser vagos e contraditórios. Outros estudos genéticos já tinham demonstrado pontos em comum entre diversas doenças autoimunes, como a artrite, a psoríase ou a doença de Crohn, uma enfermidade inflamatória crônica do intestino.

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