ASA corre risco de perder sede em Arapiraca

O ano de 2013 não começou bem para o ASA, que estreou com derrota no estádio Cornélio Alves, em Pernambuco (1 a 0 para o Salgueiro) e com uma preocupação bem maior: a perda, na Justiça, da sede do clube de Arapiraca. A briga começou em 2006, após um leilão da sede do clube para arrematar dívidas previdenciárias. E continua até hoje.

Agremiação Sportiva Arapiraquense, o ASA. Time de Mané Garrincha, que jogou com a camisa preta e branca em 1973. Era o encerramento da carreira de um craque brasileiro. De lá para cá, o ASA cresceu: sete títulos estaduais, vice campeão do Brasileiro Série C em 2009 e a vaga garantida na Série B em 2013.

A sorte de Mané virou azar. O clube fez dívidas com a Previdência. E em 2006 um oficial avaliou, para a venda, o “coração” do Fantasma: a sede do time. R$ 450 mil. O leilão aconteceu, mas bem menor que o valor: R$ 300 mil.

A partir daí, uma briga que está no Tribunal Regional Federal da 5ª Região, com sede em Recife- a mais alta instância do Judiciário no Nordeste. O novo dono dividiu em parcelas o pagamento: 60 vezes. Os advogados do ASA alegam que as condições de pagamento não permitem pagar a dívida com a Previdência.

Em janeiro de 2011, a Justiça decidiu a favor do ASA. Os desembargadores entenderam que o preço do arremate estava bem abaixo do valor de mercado. Segundo a decisão, o processo de execução se transformou em “instrumento mais do que profundamente gravoso para o devedor e de enriquecimento sem causa para o arrematante, o que não é razoável”. E anulou o leilão.

Mas, esta não era a etapa final. E a ação se arrasta com recursos, contra razões e outras manobras jurídicas. A sede do Alvinegro pode deixar de lado a estrela, as faixas pretas e o passado de glórias.

No dia 17, os advogados do clube enviaram as contra-razões para novos recursos. E João Jader Diógenes Tavares, o homem que comprou a sede do ASA no leilão, tem 15 dias para convencer o Judiciário sobre o porquê da sede do ASA Gigante ter de ficar em suas mãos.

O assunto preocupa tanto a torcida que, desde 2007, são realizadas campanhas para arrecadar dinheiro e pagar a dívida previdenciária, salvando o “coração” do time. Esse é hoje o maior desafio do ASA. Daqueles que só as pernas tortas do velho Mané Garrincha conseguiriam driblar.

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