Com o apoio do grupo de independentes, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) disputará a presidência do Senado, no dia 1º de fevereiro, com o líder do PMDB, o favorito Renan Calheiros (AL). O lançamento do nome de Randolfe é uma forma de marcar posição contra a candidatura do peemedebista, que teve que deixar a presidência do Senado em 2007 para não ter o mandato cassado. Ele foi acusado de ter despesas pessoais pagas por um lobista de empreiteira.
– Sou candidato porque não tenho vocação para ser eleitor de cabresto nem o Senado é a República Velha para chegar em 1º de fevereiro e preencher cédulas com nome pré-definido. Não ter candidato contra Renan é concordar que está tudo bem – afirmou Randolfe.
Randolfe aceitou a tarefa depois que o senador Luiz Henrique (PMDB-SC) se recusou a enfrentar Renan. Os independentes avaliavam que o ideal seria ter um candidato da base aliada e de preferência do PMDB, já que o partido tem direito, por ser a maior bancada, ao posto de presidente do Senado.
Em 2011, Randolfe enfrentou o senador José Sarney (PMDB-AP) para o comando da Casa e teve apenas oito votos, mesmo sendo a votação secreta. Desta vez, a candidatura independente foi articulada em jantares na casa do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), que costumavam reunir 11 dos 81 senadores.
O senador do PSOL deve usar como plataforma de campanha manifesto redigido pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que prega novas práticas na Casa para tentar resgatar sua credibilidade. O texto, intitulado “Uma nova presidência e um novo rumo para o Senado”, lista exemplos da suposta ineficiência do Senado e critica a falta de transparência.
Cristovam também faz propostas concretas, como ter votações de segunda a sexta, e não só terça e quarta, e uma reforma na consultoria jurídica da Casa para evitar episódios como a cobrança de dívida do Imposto de Renda dos senadores. Isso porque o Senado não recolheu parte do IR.
Renan ainda não admitiu oficialmente que é candidato, embora esteja fazendo campanha nos bastidores. Ele tenta evitar assim o ressurgimento antecipado das acusações contra ele. Essa postura é alvo de críticas dos independentes. “Voltaremos (do recesso) apenas para ratificar o nome, nomeado sem apresentar qualquer proposta que mude o nosso funcionamento. Votaremos como eleitores que iam às urnas na Primeira República, levando a cédula sem conhecer o nome do candidato escrito nela pelos antigos coronéis de interior”, diz trecho do manifesto.
As informações são do O Globo