Blog do Odilon: Eleição encerra trabalhos na OAB de Alagoas

Vestal da ética e dos bons costumes, a atual direção da OAB de Alagoas encerrou as suas atividades. Dedica-se à eleição dos novos integrantes da ordem, muito mais movimentadas que os corredores superlotados da Maternidade Santa Mônica- todos os fins de semana- ou o novo acordo dos usineiros, que permite uma isenção fiscal de R$ 80 milhões ao setor sucroalcooleiro.

Por que mexer em dois vespeiros se o apoio do Governo é imprescindível na virada de qualquer eleição?

Independência é só discurso. Não se cospe no prato que se come.

O fim da gestão na OAB é melancólico. Como na Câmara de Maceió, sem vereadores para aprovar nada até que outra eleição- a do tapetão do TRE que deve aumentar os quadros do legislativo municipal- decida o que os eleitores não têm poder de escolher.

A eleição da OAB e o tapetão jurídico da Câmara têm mais semelhanças que diferenças.

O advogado e o eleitor maceioense não vão escolher os novos integrantes da ordem ou da Casa de Mário Guimarães.

E sim os poderosos grupos, movimentando-se, de maneira inquietante e surpreendente, para definir quem é quem no teatro político.

Onze vereadores a mais significam mais votos aos senadores Benedito de Lira (PP), Fernando Collor (PTB), Renan Calheiros (PMDB) e ao governador Teotonio Vilela Filho (PSDB).

Um Conselho Federal e uma direção da OAB silenciados também significam muito, em especial aos moralistas de plantão, bufando a ética e respirando a camaradagem.

A arena eleitoral e interessante e criativa. Transforma o bandido em ativista social. O medíocre em vestal. Nada que o sofisma não ajude a espalhar.

E ficamos cá com a dúvida: eles enganam? Ou são enganados?

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