PE: Trabalhadores da Refinaria Abreu e Lima decidem parar as obras

Diário de Pernambuco

As obras de construção da Refinaria Abreu e Lima, no Complexo Portuário de Suape, pararam pela segunda vez em pouco mais de dois meses. Em assembleia encerrada na manhã desta quarta-feira (31), sob um clima de tensão, dezenas de milhares de trabalhadores da indústria da construção pesada, de vários consórcios que atuam nas obras do empreendimento, aprovaram o início de uma greve. Ficou decidido, segundo a direção do Sindicato dos Trabalhadores, que as atividades ficarão paralisadas até a próxima segunda-feira (5).

Além da paralisação, o comando de greve também decidiu que os trabalhadores voltarão ao mesmo local (uma das entradas do canteiro de obras) para realizar uma nova assembleia geral. Até lá, informou o sindicato, eles esperam que as empresas que atuam nas obras do complexo implementem a equiparação salarial, proposta presente no último acordo coletivo firmado no mês de agosto. Vale lembrar que nesta interrupção as obras ficaram paradas por 17 dias. A reinvindicação não aconteceu no prazo prometido de 60 dias, dado pelos empresários, e nem nos 30 dias requeridos posteriormente. As empresas alegam que ainda não tiveram tempo de fazer as auditorias.

Logo no início da manhã, o primeiro grupo de operários aguardou a chegada dos trabalhadores do consórcio Odebrecht para começar a assembleia, que iria decidir pelo início de uma greve no canteiro de obras. Os trabalhadores caminharam pelo acostamento da rodovia até uma das entradas do canteriro de obras da Refinaria. Mais cedo, o carro de som utilizado pelo Sindicato dos Trabalhadores foi detido por policiais militares em um posto de combustíveis próximo à entrada da empreendimento. Os comandos, desse modo, foram dados por líderes sindicais do alto de uma carreta.

A proposta dos líderes sindicais foi de parar as obras para pressionar as empresas a implementarem a equiparação salarial entre funções iguais. Segundo um levantamento feito pelo sindicato, a diferença salarial entre os funcionários pode chegar a 40%. Uma das queixas dos operários pernambucanos é de que eles recebem salário menor do que recebem os funcionários vindos de outros estados do país. A sugestão de foi aceita de imediato.

Sob gritos de “polícia para o patrão”, a manifestação foi iniciada até que a assembleia, marcada para as 7h, fose realizada. O sindicato denunciou, ainda, que alguns operários foram obrigados a entrar na obra e começar a trabalhar. O Batalhão de Choque da Polícia Militar chegou ao local e acompanhou os operários desde o início dos protestos. No entanto, segundo a reportagem do Diario apurou, não ocorreram atos de violência por parte da polícia nem dos manifestantes.

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