Vice de Rui Palmeira assume negociações à Presidência da Câmara de Maceió

Os vereadores de Maceió começaram as articulações para a presidência da Câmara. Elas são construídas pelo vice prefeito e ainda vereador, Marcelo Palmeira (PP). As eleições serão no dia 1º de janeiro. Os trabalhos legislativos voltam no dia 15 de fevereiro.

Será ele quem também vai indicar o candidato do grupo governista. Três nomes disputam o posto: Fátima Santiago (PP), Silvânia Barbosa (PPS) e Sílvio Camelo (PV).

Por enquanto, os vereadores estão sendo guiados por uma ordem do prefeito Rui Palmeira (PSDB). “Nada de cargos nem dinheiro. Quem quiser vir para o projeto para somar, venha. E nada mais”. Esse é o recado do futuro chefe do Executivo Municipal. Os vereadores não gostaram. Mas, seguem o mantra porque ser oposição, neste momento, é desvantagem a qualquer inquilino da Casa de Mário Guimarães- pelo menos aos que querem espaço no futuro Governo.

Os grupos estão sendo construídos assim: o prefeito- que há uma semana tinha 13 vereadores na bancada de oposição- ganhou 15, agora na situação.

Com Rui: Eduardo Canuto (PV), Silvio Camelo (PV), Silvânio Barbosa (PSB), Zé Márcio (PSD), pastor João Luiz (DEM), Tereza Nelma (PSDB), Davi Davino (PP), Fátima Santiago (PP), Dudu Ronalsa (PSDB), Chico Holanda (PP).

Até o fim desta semana, Marcelo Palmeira consegue atrair Kelmann Vieira (PMDB), Silvânia Barbosa (PPS), Simone Andrade (PTB), Wilson Júnior (PDT) e Marcelo Gouveia (PRB).

Marcelo Gouveia é ligado a um “triunvirato” na Casa. São os restos do grupo chefiado pelo atual presidente, Galba Novaes (PRB): o filho Galba Novaes (PMDB), Aparecida do Luiz Pedro (PRTB)- que vota naquele que o marido, o ainda vereador Luiz Pedro (PMN), mandar; e Antônio Holanda (PMDB). A proposta é desidratar o grupo chefiado pelo pai de Galba Novaes. E, pelo menos por enquanto, Marcelo Gouveia é o vereador “mais fácil” nas conversas, apesar da fidelidade ao galbismo.

O outro grupo é considerado inegociável e cacifado por Heloísa Helena (PSOL): Guilherme Soares (PSOL) e Cleber Costa (PT). Este é o grupo considerado, pelos neo-governistas, como “de oposição”.

“Ninguém mexe com a Heloísa Helena”, disse um vereador, apesar dos governistas começarem a construir uma ponte com Guilherme Soares e Cleber Costa- isolando a vereadora mais votada da Casa.

Levando em conta o atual clima dos vereadores do futuro, os governistas terão três candidatos- fechando em um- para a disputa à Presidência da Câmara. O galbismo pode ter Antônio Holanda como o cabeça de uma chapa. Neste caso, seria uma “aventura”- sem chance de ganhar- ou uma maneira de “forçar a porta do gabinete do prefeito” e conseguir cargos no segundo ou terceiro escalão.

Fátima presidente?

Já o grupo governista tem a tendência de lançar Fátima Santiago. Aos vereadores mais experientes, se Fátima for lançada agora, não ganha a votação.

Mas, existe um acordo entre os governistas, que começou nas eleições e deve terminar na Presidência da Casa.

Fátima Santiago era cotada a assumir a vaga de vice prefeita, hoje de Marcelo Palmeira.

Como os acordos foram filtrados pelo senador Benedito de Lira (PP), ofereceu-se a Presidência da Câmara à Fátima. Em troca, ela daria o apoio dela na campanha. Nem Rui nem Marcelo podem reclamar: a vereadora foi fiel a maioria das caminhadas- apesar do celeiro eleitoral dela ser a região do bairro do Salvador Lyra- parte alta da capital.

Com o fim da eleição e a vitória de Rui Palmeira, é hora da vereadora cobrar a fatura.

Quebra de acordo

A derrota do deputado Jeferson Morais (DEM) nas eleições de Maceió- e o baixo desempenho nas urnas (menos de 10%)- renderam o afastamento do candidato da TV Pajuçara, cujo um dos donos é Rui Palmeira.

Definido o resultado nas urnas, Morais está fora do programa Fique Alerta- principal ponte dele com a periferia de Maceió. O democrata teve a carreira política construída pelos programas de TV na área policial.

No lugar de Morais, assume o vereador Oscar de Melo (PP), que perdeu as eleições. E deve ser lançado em 2014, à Assembleia Legislativa.

Segundo apurou o EXTRA, o motivo do afastamento é ligado aos ataques do deputado, no guia eleitoral, mirando Rui Palmeira.

“Havia um acordo. O DEM tentou espaço na coligação de Rui Palmeira. Não conseguiu. Então, assumiu-se um pacto de não agressão no guia eleitoral. O Jeferson quebrou este acordo”, disse um integrante do DEM.

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