Carta Capital
Era uma manhã fria de junho quando o filósofo húngaro István Mészáros, 81 anos, apareceu à porta da casa no bairro de Sumarezinho, zona oeste de São Paulo, onde se hospeda quando vem ao Brasil. Desta vez, a viagem tinha como escala, além da capital paulista, as cidades de Salvador, Fortaleza e Rio de Janeiro. A ideia era participar de encontros e divulgar o livro István Mészáros e os Desafios do Tempo Histórico (Boitempo, 280 pág., R$ 43), uma coletânea de artigos sobre sua obra inclusive com um artigo de sua autoria.
Alto, os olhos enormes e azuis, Mészáros não parece, à primeira vista, a metralhadora giratória que se apresenta logo no início da entrevista, quando faz um relato de quase 40 minutos sobre a situação políticas na Europa e nos EUA. Berlusconi é um palhaço criminoso; Obama diz que vê a luz no fim do túnel, mas não vê que é a luz de um trem que vem em nossa direção; A Alemanha se engana quando pensa que vive um milagre econômico; O partido socialista agiu contra os trabalhadores na Espanha; Os políticos na Inglaterra parecem uma avestruz que insistem em esconder sua cabeça debaixo da terra