O senador Fernando Collor (PTB) prometeu: vai entrar esta semana na campanha do ex-governador Ronaldo Lessa (PDT).
E não é para substituir o ex-governador. Mas, ir às ruas, pedir votos. Sairá atrás de votos na exata semana em que, há 20 anos, era expurgado da Presidência da República.
Os lessistas apostam que as finanças podem melhorar- com o pagamento da produtora- se Collor entrar (e atrair financiadores) na campanha.
Porém, há três semanas, em reunião com integrantes do QG de Lessa, o próprio Collor havia prometido entrar logo na disputa. E não o fez.
“Pode ser tarde demais se ele entrar na próxima semana”, disse um lessista.
Se Collor entrar na disputa, há dois caminhos: um, o temor; o outro, a euforia. E isso vai depender de qual dos bairros da cidade o senador vai estar. Se ele focar a campanha na periferia, com o prefeito Cícero Almeida (PSD), em lugares como Virgem dos Pobres ou Dique Estrada e Ponta Grossa. Ou, no máximo, chegar à Vila Brejal, a dupla Collor/Almeida transfere votos a Lessa. É a “euforia”.
O temor é se Collor subir para outras áreas. Ponta Verde, Pajuçara ou Jatiúca, por exemplo. A simples presença do senador nestes locais arranca votos do ex-governador. Nem Cícero Almeida- apontam as pesquisas de consumo interno- melhora o quadro a Lessa, se Collor ou o prefeito se aventurarem por estas bandas de Maceió.
E mesmo que Collor abrace Lessa, empurrando a campanha ao segundo turno contra o deputado federal Rui Palmeira (PSDB), outro obstáculo barra Collor e o senador Renan Calheiros (PMDB): o ex-ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Guilherme Palmeira- pai de Rui Palmeira.
Rui era assessor de Renan no Senado Federal. E o líder do PMDB tem assessores indicados por Guilherme trabalhando em seu gabinete, na capital federal.
Collor tem uma relação mais antiga com Guilherme. O ex-ministro do TCU e ex-governador de Alagoas é tratado pelos coloridos como “padrinho” de Collor. Foi ele que deu o start da trajetória política do senador.
“Para mim, nem o Collor nem o Renan ficam à vontade para bater no Rui, por causa do Guilherme”, disse um partidário de Lessa.
O caminho pode ser uma bola dividida: mais arriscada (por risco de lesão) mas com chances de desarticular o crescimento de Ruinas pesquisas. Sem mexer com o pai dele.