Qual o custo (político) de manter LOG no Governo?

Insistir em manter o principal secretário na administração pública, por causa das horas de trabalho dedicadas nas repartições, não parece ser uma alternativa ao que virá das investigações da PF

Odilon Rios
reporternordeste.com.br

A carta do secretário de Planejamento e Desenvolvimento Econômico, Luiz Otávio Gomes- reproduzida aqui no reporternordeste.com.br– não contem explicações que possam a ajudar esclarecer qual a participação dele e do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) em um suposto esquema de corrupção, apurado pela Polícia Federal, a partir das investigações no banco Panamericano.

No dia 24 de agosto de 2010, LOG esteve em São Paulo com diárias pagas pelo Governo para reunião com empresários. Mas, neste dia, há uma troca de e mails entre e o ex-presidente do banco, Rafael Palladino e o gerente operacional de consignação do Panamericano, Luiz Carlos Perandin.

“Acabei de falar com o secretário. Ele receberá o contrato assinado, protocolado pela Secretaria da Fazenda, e disse que amanhã estará em SP para negociar o retorno.”

A mensagem é do dia 23 de agosto de 2010.

Como os dois chefes do banco- afundado em um escândalo de corrupção- sabiam que o secretário de Alagoas estaria em São Paulo naquele mesmo dia?

É verdade que LOG se predispôs a quebrar seus sigilos telefônicos e de correio eletrônico, mas a carta do secretário- que deveria ser esclarecedora- piora a situação politica dele no Governo.

Teotonio Vilela Filho é acusado, na campanha eleitoral do ano passado, de abuso de poder econômico envolvendo combustíveis e um programa de distribuição de animais do Estado. As denúncias contra o principal secretário do Governo, é claro, desgastam a tentativa dos advogados de evitar, em Brasília, a cassação do mandato do governador.

Insistir em manter o principal secretário na administração pública, por causa das horas de trabalho dedicadas nas repartições, não parece ser uma alternativa ao que virá das investigações da Polícia Federal.

Mais que ilações. As provas- como se vê na viagem a São Paulo- comprometem o secretário. E não encontraram, ainda, força de contestação nos corredores do Executivo.

A não ser o silêncio, tão velho quanto o ditado dos nossos avós: “quem cala, consente”.

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