O clima na Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife, ainda é tenso na manhã deste domingo (2). Na noite do último sábado (1º), uma rebelião no local terminou com um interno morto. Durante a confusão, o adolescente Yuri Wilker Vieira de Lima, 16 anos, foi morto a pauladas e pedradas. Em seguida, seu corpo foi pendurado na quadra da instituição e queimado.
A rebelião teria sido motivada pela exigência de visitas íntimas pelos reeducandos. A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros foram acionados para conter os jovens e as chamas. A rebelião foi controlada pelo Batalhão de Choque por volta das 23h30. O corpo de Yuri chegou ao Instituto de Medicina Legal (IML) por volta das 2h40 e ainda não foi examinado.
Nesta manhã, muitas mães e outros parentes ainda permanecem em frente ao local. A visita aos reeducandos que estava marcada para as 8h deste domingo foi adiada para o meio-dia. Após uma limpeza na Funase, foram colocados cadeiras quebradas, um colchão queimado e restos de madeira em frente ao local.
Enquanto aguardam para visitar seus filhos, várias mães reclamam, revoltadas, que os adolescentes são mantidos juntos a outros apreendidos que já são maiores de idade. Elas também denunciam o atraso na revisão dos processos e que, com isso, vários jovens que já deveriam ter sido liberados permanecem no local.
As mães ainda denunciam que, no último dia 26 de agosto, três reeducandos teriam tentado fugir do local. Eles teriam sido impedidos e espancados.
Ainda segundo as mães, 47 internos considerados mais perigosos pela direção da instituição foram transferidos para o Centro de Reabilitação da Polícia Militar (Creed).
A direção da Funase afirmou à reportagem do Diario de Pernambuco que não vai se pronunciar sobre o caso.
As informações são do Diário de Pernambuco
