Último suspiro do ministro; a terceira vez de Aldo Rebelo

Orlando Silva almoça com a mãe, antes da queda; alagoano é cotado para assumir Ministério dos Esportes

Carta Capital

No dia em que viu sacramentada, nos sites noticiosos, a sua demissão do Ministério do Esporte, a única manifestação pública de Orlando Silva sobre seu futuro foi o anúncio de um almoço agendado com a mãe, Vanda, nesta quarta-feira 26.

Enquanto muitos anunciavam que o ministro estava reunido com a presidenta Dilma Rousseff em Brasília para selar seu destino – e a presidenta discursava ao vivo no lançamento do Pronatec, o programa de ensino técnico do governo federal – o ministro usou o Twitter para despistar os que já choravam em seu túmulo. “Hoje meu almoço é especial, com D. Vanda, minha mãe, aniversariante. E ela veio da Bahia só para isso. Mulher guerreira, grande exemplo”, escreveu ele por volta das 13h10.

O post foi, provavelmente, a última tentativa do ministro de tentar desviar do assunto, driblar as especulações e emplacar uma outra agenda (positiva?) além das suspeitas que o cercam. Enfraquecido com a decisão do Supremo Tribunal Federal de investigar os convênios do ministério, ele passou as últimas horas dizendo ser alvo de calúnia e tentando colocar o tema “Copa do Mundo” na ordem do dia. Até mesmo a propaganda partidária de seu partido, o PCdoB, foi usada em sua defesa.

Enquanto twittava, a cúpula da legenda se reunia para debater o seu futuro. Entre os presentes estava o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), ministro duas vezes no governo Lula e nome cotado para substituir Orlando Silva no ministério. Oficialmente, a palavra de ordem é: quem decide é a presidenta Dilma – que, a essa altura, não demonstrou, como praticamente toda a cúpula do Planalto, a menor intenção de jogar a corda para o quase ex-ministro.

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