Blog do Odilon: Tragédia em agosto

Eles estrearam aqui em casa. Pompa. Sorrisos. Gestos. Palavras.

“Valorizar, fazer, ir, prometo, educação, saúde, melhorar”.

Cada boca, uma sutileza. Seus números, seus nomes, estes narcisismos que ninguém aguenta mais.

Eu me preparo para ouvi-los. Ouço. Eles não falam nada.

Meu Deus! Ou será que eles falam?

Ainda escuto, as orelhas estão no lugar. Ufa!

Será que alguém escuta?

Sonhei com uma tragédia naquele momento. Um crime. Enrugaria a testa, espremeria os olhos, fecharia as mãos.

Meu Deus, só eu escuto? Eles dizem o quê?

Vi o fim. Holocausto. Onde me esconder? Para onde correr?

Aquela música na minha mente. O carro de som. “É Fulano, É Fulano”; “Maceió é Sicrano”. Ou “É Tanto, É Tanto”.

Um grito. Escuridão.

Crime.

Meu Deus, o desfile só termina em outubro?

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