Brasil quer dar show nas Paraolimpíadas

A Tarde

Em Atlanta-1996, a colocação final foi a 37ª. Em Sidney-2000, a 24ª. Já em Atenas-2004, o País subiu para o 14º lugar. Por fim, em Pequim-2008, o posto foi o 9º. E o melhor de tudo: na projeção para este ano, em Londres, a meta é buscar o sétimo lugar. Enfim, não dá para negar: evoluindo a passos largos, o Brasil se tornou uma potência paralímpica mundial.

As Paralimpíadas na capital britânica começam no proximo dia 29. E a projeção de subir duas posições no quadro geral, é bom dizer, não vem por acaso. É fruto da determinação daqueles que são ligados a sociedades e instituições de pessoas deficientes. Em resumo, é um processo de dentro para fora.

“Passamos por um processo de conscientização e fizemos o oposto do esperado. Ao invés de a sociedade brasileira abraçar nossa causa, nós é que construímos um projeto e lutamos por sua aceitação. Tem sido um trabalho árduo conquistar o apoio público e lutar para que clubes e instituições adaptem suas estruturas ao esporte paralímpico”, declarou o vice-presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Luís Cláudio Pereira, que pontua o marco da ascensão dos para-atletas brasileiros.

“Nos Jogos de Seul, fracassamos por sermos muito desorganizados. Era cada um por si. Não tínhamos estrutura nenhuma. Desde então, passamos a nos organizar e lutar juntos. Assim, melhoramos a qualidade do esporte para deficientes no Brasil. No passado, os clubes eram fechados a atletas especiais. Coisa que não ocorre mais”, completou.

Erinaldo Chagas, diretor da Associação Nacional de Desporto para Deficientes (Ande), responsável pela organização das competições de futebol de 7 (paralisia cerebral) e bocha, pontua outro fator nesta evolução. “Com o investimento que recebemos, profissionalizamos quem lida com o esporte paralímpico. Antes, parecia coisa de gincana. Botava-se os deficientes lá e eles eram estimulados a praticar esporte. Hoje, com a capacitação profissional, viramos referência mundial”, disse.  Luis Cláudio emendou: “Nós viajávamos para entender como os outros paises trabalhavam. Atualmente, são eles que vêm aqui. Recentemente, recebemos visitas de ucranianos, espanhóis e colombianos”.

Ideologia – Toda este mobilização,  mais do que o rendimento atlético, teve como objetivo questões ideológicas e sociais.  A ideia sempre foi, através do esporte, dar uma nova oportunidade para quem passou a sofrer com uma deficiência permanente. “Eu sempre fui lutador de judô. Em 1977, sofri um acidente que me deixou paralítico. O médico me disse: ‘sua vida acabou’. Hoje, a história é outra. Estamos aqui para provar que temos capacidade de produzir. Não importa se por recreação ou pelo rendimento de ponta, um deficiente só não pratica esporte se não quiser”, declarou Luís Cláudio.

Com mais deficientes praticando esportes, ficou mais fácil pinçar os atletas de ponta no Brasil.  “Temos um projeto consistente. Enquanto isso, por exemplo, o Canadá, oitavo nos últimos Jogos, tem uma delegação que não se renovou. Devemos ficar à frente deles em Londres”, garantiu o dirigente.

Algumas esperanças brasileiras em Londres:

Natação – André Brasil (classe S10. Provas: 50m, 100m e 400m; 100m costas e borboleta; 200m medley) e Daniel Dias (classe S5. Provas: 50m, 100m e 200m; 50m costas e borboleta; 100m peito).

Atletismo – Odair dos Santos (classe T11. Provas: 1500m e 500m) e Terezinha Guilhermina (classe T11. Provas: 100m, 200m e 400m).

Futebol de 5 – Atual campeã, a equipe é favorita ao bi.

Bocha – Dirceu Pinto (campeão individual em Pequim) e Eliseu dos Santos (bronze em Pequim). Eles foram campeões de dupla na bocha em Pequim.

Esgrima – Jovan e Guissone, primeiro atleta a representar o Brasil na modalidade. Ele é favorito ao ouro.

Uma resposta

  1. Olá ,espero que Alagoas valorise seus atletas paraolimpicos ,jonathan de Souza e Marivana Oliveira .Abertura será dia 29, dia 31 Marivana compete, dia 4 jonathan o recordista mundial compete no lançamento do Disco. Vamos na torcida! Um abraço galera!

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