Balançando Ganzá presta homenagem ao seu criador Ranilson França

Iranei Barreto-IZP

O Balançando o Ganzá presta neste sábado (11) uma homenagem especial pelos seis anos da morte do seu criador, o
professor e folclorista Ranilson França, ocorrida prematuramente em 14 de agosto de 2006. Ainda nesta edição, o programa ressalta o trabalho de cinco dos sete indicados recentemente para o Registro do Patrimônio Vivo de Alagoas. O programa vai ao ar das 14h às 15 horas, pela Rádio Educativa FM.

Filho ilustre de Chã do Pilar, Ranilson cresceu em meio aos brincantes de folguedos como o guerreiro, o reisado e o pastoril, por sua aproximação e gosto pelas festas populares. Na juventude veio para a capital alagoana, mas suas raízes culturais o acompanharam. O jovem que chamava a atenção por sua predileção musical e cultural contextualizada viria a contribuir e muito para o fortalecimento das manifestações populares em nosso estado.

Ranilson dedicou boa parte de sua vida à luta e resistência em favor da preservação, divulgação e manutenção dos grupos populares. Defendeu e divulgou o trabalho dos nossos mestres não com saudosismo, mas por entender se tratar de cultura viva e dinâmica. Foi discípulo de renomados folcloristas e estudiosos do tema como Aloísio Vilela, Théo Brandão, José Maria Tenório Rocha, Pedro Teixeira, tendo como no cônego Teófanes Augusto de Barros um grande incentivador.

Dentre as suas realizações está à criação do programa Balançando Ganzá, transmitido pela Rádio Educativa FM desde 1987. Na edição especial deste sábado o ouvinte poderá matar um pouco da saudade do trabalho do folclorista acompanhando a reprodução de algumas gravações que fez com artistas populares, dentre elas com Jacinto Silva e Antonio Nóbrega.

De acordo com Ivan Barsand, atual apresentador do programa, o Balançando o Ganzá, traz ainda depoimentos de representantes da nossa cultura popular sobre a saudade e a importância de Ranilson.  “Ranilson era um brincante, conseguia acompanhar o desenvolvimento dos grupos, estava sempre muito presente, era amigo de toda aquela gente e isso fez com que ele conseguisse aglutinar a todos”, ressalta Barsand.

Além da criação do ‘Balançando o Ganzá’, o folclorista também apresentou um programa com o mesmo nome na TV Educativa de Alagoas (TVE), fortalecendo assim o seu trabalho de dar visibilidade ao folclore alagoano.

Admirador e estudioso da obra de Dominguinhos, Ranilson lançou em 2006 o livro “De Neném a Dominguinhos: Trajetória Discográfica”, onde relata a carreira do artista. Também foi o idealizador do projeto Engenho de Folguedos e um dos fundadores da Associação de Folguedos Populares de Alagoas (Asfopal), da qual foi presidente durante 21 anos. Além disso, foi membro do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, e presidente da Comissão Alagoana de Folclore e do Conselho Estadual de Cultura.

Patrimônio Vivo – Ainda nesta edição os ouvintes conhecerão um pouco do trabalho de cinco dos sete mestres indicados para o Registro do Patrimônio Vivo de Alagoas. Dentre eles, mestre Juvêncio Joaquim da Chegança Cruzador São Paulo, de Rio Largo, presidente de honra da ASFOPAL; mestre Tião do Samba de Matuto, de Maragogi; Canarinho de Anadia, cantador, violeiro e embolador; mestre Pancho do Fandango do Pontal; e Chau do Pife, tocador de pife por excelência.

Os nomes foram aprovados pelo Conselho Estadual de Cultura e seguiram para a avaliação do Governador Teotonio Vilela. Além dos mestres já citados, também foram indicados a mestra de Pastoril de Pão de Açúcar Lindaura Alves da Silva e o mestre de Bumba Meu Boi Everaldo Lins.

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