‘Voz’ do Seu Madruga processa SBT

Acostumado a emprestar sua voz para Seu Madruga inventar desculpas para não pagar os famosos 14 meses de aluguel ao Sr. Barriga, o dublador Carlos Seidl está processando o SBT. Por ironia do destino, Seidl, que imortalizou a voz do personagem caloteiro em português, cobra, na Justiça, o pagamento referente a direitos conexos de intérprete por 28 anos, tempo em que “Chaves” é exibido no Brasil. A informação foi antecipada pela coluna Gente Boa, do GLOBO. Um dos dubladores mais queridos pelos fãs brasileiros, ele conta por que também negou a proposta feita pelo SBT para dublar episódios recentemente adquiridos pelo canal.

“Quando houve a proposta de gravar os novos capítulos, mandaram eu assinar um contrato em que abriríamos mão dos direitos conexos durante 25 anos para todos os meios de comunicação que existem e forem criados até lá. Há uma lei que diz que os direitos conexos devem ser pagos a cada apresentação. Mandamos um outro contrato baseado na lei, mas eles não aceitaram. Se eles elaboraram esse contrato, é uma forma de reconhecerem que temos esse direito. As pessoas que querem esses direitos têm que entrar na Justiça, pois dificilmente há acordo”, argumenta Seidl.

As informações são do jornal O Globo.

Deborah Stajnberg, advogada de Carlos, ganhou um processo semelhante, em 2006, defendendo Waldyr Santanna, dublador de Homer Simpson, contra a Fox. Ela explica que dificilmente as emissoras chegam a um acordo com os artistas.

“Também ganhamos uma ação parecida para o Marco Antonio Costa que dublava a voz de George Clooney, em E.R. Normalmente, o estúdio quer pagar muito pouco e não se chega a um acordo de valores. Embora o Carlos Seidl não seja o autor do personagem, ele empresta ao Seu Madruga suas características de ator, seus traquejos. Os direitos conexos de intérprete se referem ao trabalho de atuação e de composição do personagem por ele”, disse.

Seidl não é o primeiro dublador do seriado mexicano a processar o SBT. A viúva de Marcelo Gastaldi, que dublava Chaves e morreu em 1995, conseguiu o pagamento dos direitos de seu marido depois de 11 anos brigando na Justiça.

O SBT informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não vai se manifestar sobre o caso, pois ainda não foi notificado pela Justiça.

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