Nossas praias, outras famas além-mar

Do outro lado onde quebram as ondas, na Europa, o título de terra mais violenta do Brasil

Governador mostra a empresários, na sacada de hotel, a beleza da praia de Pajuçara; visão diferente na direção da mão direita: a Europa

Odilon Rios
reporternordeste.com.br

Uma frase na mais nova matéria da revista inglesa The Economist sobre o Brasil cita Alagoas de uma forma bem específica. E expressiva.

Diz que o Estado deixou de ser conhecido pelas belas praias em seu litoral. E vem avançando a onda de assassinatos- como se sabe em todos os versos- o lugar que mais mata no Brasil.

Claro que o diagnóstico não deve- nem precisa- desiludir aos que ajudam no resgate de uma realidade historicamente construída- mas nos últimos dez anos registrando índices alarmantes.

A frase do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB), que estampa os sites e os jornais de hoje, sobre o crime de pistolagem contra o vereador Luiz Ferreira (PPS)- “Hoje, o crime de mando, em Alagoas, é bem diferente do passado, porque hoje é ele investigado com absoluta isenção”- pode caber no contexto retratado pela The Economist.

Há, de fato, um esforço policial na solução dos crimes- e cita-se aqui o trabalho da turma chefiada pelo secretário de Defesa Social, Dário César, e o delegado geral da Polícia Civil, Marcílio Barenco.

Mas, o combate ao crime exige um esforço coletivo- não policialesco. Se o conjunto Carminha é para o Governo de Alagoas o que foi o Morro do Alemão para o Rio, um novo modelo de segurança pode ser erguido em meio ao nosso caos urbano, tão bem representado em figuras como o ex-cabo da Polícia Civil, Luiz Pedro da Silva, para a Justiça, líder de um grupo de extermínio na parte alta da cidade.

Ou em aliados próximos ao Governo, na Assembleia Legislativa, que espalham o terror em regiões do interior, como se o sangue tivesse de bater no meio da canela para que soubessemos do nosso modus operandi subhumano.

Que o Governo leve adiante a tarefa de investigação rigorosa. Sabendo que não é apenas a “moçada da droga” que se mata no Estado- a tal “moçada” sequer citada pela edição da revista inglesa.

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