Um dia antes de tiros na Ufal de Arapiraca, professores avisaram da tragédia

Eles pediram, em carta, construção de muro separando a universidade e o presídio desembargador Luiz de Oliveira Souza

Odilon Rios
reporternordeste.com.br

Carta aberta dos professores, em greve, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal)- publicada no sábado no blog professoresemgreveufal.blogspot.com- mostra que a fuga de presos e a invasão do campus, durante as provas do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), era uma “tragédia pré-anunciada- como eles mesmo escreveram no segundo parágrafo do documento.

“Construído em um terreno cedido, tendo um presídio ao centro, o Campus de Arapiraca já inicia a sua trajetória em uma localização perigosa. Este perigo é multiplicado pela ausência de um muro que, ao menos, possa evitar a entrada dos disparos da segurança do presídio em situações de fuga”, dizem, no documento.

Ano passado, uma cena semelhante foi vista na universidade: fuga de presos e a invasão deles ao campus.

“No ano de 2010 vivenciamos um movimento de fuga e as marcas dos tiros estão até hoje em nossas paredes. As normas de segurança estabelecem que qualquer construção habitacional tem que estar, no mínimo, a 600 metros de um presídio. O presídio dentro de uma universidade é uma tragédia pré-anunciada”, diz o movimento.

Na carta, os professores pedem melhores condições de trabalho, mais atenção do Governo Federal

“A situação do Campus Arapiraca da Universidade Federal de Alagoas é tão alarmante que tivemos alguns de nossos cursos reprovados na avaliação do MEC. O caso mais gritante é o do curso de veterinária, que apesar de tirar excelentes notas na avaliação do corpo docente, foi reprovado por formar médicos sem ter hospital veterinário universitário”, explicam.

A direção da Copeve, responsável pelo concurso do Ifal, anulou as provas e decide nesta segunda-feira data e horário dos novos testes.

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