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Você conhece o Estatuto da Igualdade Racial?

Aproxima-se o aniversário do Estatuto da Igualdade Racial. Sem dúvida, uma proposta de implementação de políticas públicas para a população negra brasileira, em alto nível de compreensão do que seja qualidade social de vida.

Contudo, nosso país cambaleia entre as mentalidades, as leis, as culturas, os vícios e tudo o que seja correlato à conflitos identitários e ideologia de mando.

Uma nação acostumada a caminhar com um dos pés na dureza da realidade e o outro, sobre a utopia das conquistas, principalmente, na alçada legal; onde a crueza cotidiana combate o ganho e transforma o ideal em mero discurso.

Povo negro ainda não sente a presença de maior parte daquilo que chamamos conquista, tomando como parâmetro ganhos legais tipo o Estatuto, Diretrizes Curriculares, Lei 10.639/2003…

O combate à igualdade de acessos continua acirrado. Tão imponente, que confere até status a alguns grupos, quando estes assumem publicamente opiniões contrárias às Políticas Afirmativas.

Inegável a ampliação do incômodo que o racismo gera na população negra, um contra-valor considerável, advindo do empoderamento de quem luta para afirmar uma identidade étnica, em solidária discussão com outros grupos vitimados pelo preconceito e discriminação.

A educação, apesar de ainda não ser um bem acessado por todas as crianças negras brasileiras, tornou-se uma via de disseminação da luta antirracismo, que também empenha a desconstrução de teor negativo do ser negro em nossa sociedade, enquanto investe na valorização da riqueza cultural do nosso país a partir da africanidade presente.

Mas o Estatuto da Igualdade Racial vai além. Ele ressalta a urgência de garantir espaços de participação negra para além das referências culturais; mas na vida produtiva, no direito à saúde, terra, financiamento, crescimento em igual oportunidade, para os desterrados do sucesso por séculos de história.

Faltam políticos que assumam essa luta.

Continuará faltando políticas públicas para os afrodescendentes.

Pois que ainda estamos vinculados ao Estado, para concretizar os ganhos societários capazes de nos possibilitar a vivência material do que ainda são palavras, mesmo que estejam escritas sob o brasão presidencial e levem o nome de Lei.

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