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Uma herança maldita, com assinatura de Arthur Lira

A distribuição das emendas parlamentares contem furos que facilitam o repasse de bilhões de reais sem transparência e em ação coordenada pelo presidente da Câmara Arthur Lira.

Como mostrou a Folha de São Paulo neste domingo, uma assessora de confiança de Lira, Mariângela Fialek, hoje na liderança do PP, enviou para a Comissão de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional da Câmara dos Deputados listas prontas de municípios que deveriam receber obras e maquinário pagos por meio de emendas da comissão.

Comissão que tem disponíveis R$ 1,1 bilhão.

É dinheiro que irriga bases eleitorais, que este ano vão eleger prefeitos e vereadores para, em troca e em 2026, ajudarão futuros deputados federais e senadores a enfraquecer o poder do presidente da República e uma escalada cada vez maior pelo controle do orçamento via Congresso. Tudo isso por debaixo dos panos e sem que os mesmos deputados e senadores sejam responsabilizados por casos de corrupção.

Prefeituras e o Governo de Alagoas devem receber R$ 320 milhões destes R$ 1,1 bilhão.

Para onde vai este dinheiro? Não se sabe. É possível, porém, deduzir por alguns casos que ele não chegará ao povo.

O Hospital Veredas, ligado a Arthur Lira, está há 4 meses sem pagar salários dos funcionários, que esta semana fecharam a avenida Fernandes Lima em Maceió cobrando os atrasados.

A Secretaria de Educação de Maceió, ligada ao presidente da Câmara, não tem sequer um plano para retirar a cidade do segundo pior IDEB do Brasil, entre capitais.

O ministro do STF Flávio Dino determinou a suspensão do pagamento destas emendas, por faltar transparência nos gastos.

Porque se o dinheiro é público, lógico que todos devemos saber para quais obras será aplicado.

Nem tudo, porém, que parece consegue ser.

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