Fica óbvio que o príncipal erro de Fernando Collor foi estar ao lado de Jair Bolsonaro quando o então presidente incitava o fechamento do STF.
Até pelo simbolismo. O próprio Collor- primeiro presidente eleito pelo voto direto após a redemocratização- disse em depoimento ao jornalista Geneton Moraes Neto que teve a chance de fechar o Congresso para evitar o impeachment. Não usou o expediente.
Uma década depois, foi eleito senador por Alagoas. Veio Bolsonaro e os desejos do golpismo. Collor nada disse contra. Nem a favor.
Para encerrar a vida pública “por cima”, disputou o Governo. Perdeu. O STF condenou-o a 8 anos e 10 meses de prisão por lavagem de dinheiro e corrupção passiva – rescaldo da Operação Lava Jato.
Desde então, optou pelo silêncio. Não partiu para o confronto, nada de agressões gratuitas, sumiu das vistas públicas.
Em junho a Corte analisa os argumentos de Collor contra a prisão.
O STF é uma Corte política. E pode reverter a própria decisão. Ou não.
(E são longos e muitos os caminhos para o fim deste processo).