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Encontro com Bolsonaro mostra como democracia incomoda Arthur Lira

O presidente da Câmara sempre defendeu um semiparlamentarismo no Brasil, como o adotado em Israel.

O primeiro-ministro nem é escolhido pelo povo e tem mandatos praticamente eternizados pelos parlamentares. O presidente da República é um elefante branco no meio da sala.

Lira quer ser primeiro-ministro. Tem Lula pela frente, atrapalhando os sonhos autoritários.

A condução de Arthur Lira no comando da Câmara mostrou como o parlamento pretende usurpar as funções do chefe do Executivo. Primeiro, com o orçamento secreto; agora com emendas parlamentares mais recheadas e mais cargos públicos na máquina.

Um tipo de regime que só é possível na prática quando o presidente da República assiste ao próprio derretimento do seu poder.

Arthur Lira é um mordomo do mercado. Cumpre à risca aquilo que as maiores fortunas querem.

Por isso suas promessas fora dos cercados do mercado são apenas palavras. Lembra que ele prometeu interceder pela construção de casas aos atingidos pela mineração da Braskem? Nada saiu do papel nem sairá.

Talvez pelo conjunto da obra, o presidente da Câmara não apareceu no ato de 8 de janeiro, lembrando um ano da destruição de prédios em Brasília por apoiadores de Bolsonaro, seu aliado.

Mas um dia antes, Lira estava em Alagoas e se encontrou com o ex-presidente da República, expressão máxima do golpismo, apoiado pelo mercado que o deputado tanto gosta e se refestela.

Arthur Lira nunca pôs, em cima da mesa, as centenas de pedidos de impeachment contra Bolsonaro. Nem mesmo com o assassinato de 700 mil pessoas na pandemia, por atrasos intencionais na compra da vacina mais fake news espalhadas pelo presidente da República.

Como esperar que Arthur Lira estivesse em Brasília protestando contra quem destruiu símbolos da democracia, se ele esteve ao lado de quem promoveu um dos maiores massacres da história brasileira?

Seria exigir demais…

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