Primeiro a Assembleia Legislativa nomeou golpista que exigia o fechamento das instituições democráticas, lá frente do quartel do Exército.
O Ministério Público nada disse.
Depois começou a contratar os futuros financiadores de campanha dos deputados, ao modo conhecido pela Operação Taturana.
O MP não quis ver.
Agora ex-deputado e esposa receberão sem trabalhar, dos cofres públicos, porque uma mão lava a outra e o trabalho só vale mesmo para você e eu.
E o Ministério Público sabe, vê e nada faz.
Prevaricar é “faltar ao cumprimento do dever por interesse ou má-fé”.
Por interesse ou má fé, o MP de Alagoas prevarica sobre os crimes cometidos pela Assembleia.
Prova disso são as operações policiais nas duas últimas décadas contra a casa de Tavares Bastos. Foram movidas pela Polícia Federal.
As instituições alagoanas são comprometidas demais com os desmandos. E isso é cruel na terra com maior porcentagem de famintos no Brasil.
Existe um gosto ruim na boca ao percorrer lugares mergulhados na miséria e uma Assembleia Legislativa que já abrigou até pistoleiros particulares de deputado estadual protegidos pelas instâncias, em nome da manjada tradição da impunidade local.
Causa perplexidade assistir a alguns membros do MP estadual receberem medalhas sujas de sangue.
Mas é perfeitamente explicável: “Há um grande silêncio que está sempre à escuta…” (Mario Quintana).