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O que estaremos lendo amanhã?

Neste tempo de entreveros midiáticos que estipula a “incrível” sanha de validação do pensamento por uma maioria assanhada e pouco letrada na arte de pensar, percebo com angústia o retorno dos pensadores agregadores ao mundo da transcendência atravessando a porta da morte física.

Apenas neste segundo semestre de 2023 retornaram Franz Josef Hinkelammert, alemão que fincou o pé na Costa Rica e estudou com olhos humanos a América Latina, Milan Kundera que nos fez chorar de contemplação real e mau estar com a Insustentável Leveza do Ser e Carlos Rodrigues Brandão, que desenhando em palavras “Os deuses do povo” dispôs conhecimento sobre sistemas de crença e poder, são exemplos desta leva de almas sintonizadas com as causas da vida, que deixaram a Terra.

É assustador olhar além, no horizonte desse mundo que com suas construções esdrúxulas de referências luta para desconstruir o senso de verdade e fez vasta colheita de cizânia por interesse imediato de monetização e mergulho no mundo fantástico da idolatria vazia, nascida e criada no espírito destruidor separatista, seja para qual lado for.

Enquanto reverenciamos os contributos destas almas cosmopolitas, que nada proibiram e abriram rodas de diálogos sobre a história, nossa atuação nela, elencando dores e amores, sentimos também um eco de multidões esfaimadas de si mesmas e suas causas guetificadas, uns para vender, outros para serem vendidos, incontáveis para poder comprar.

Externo um luto global pelas lacunas que se abrem, na carência de continuadores.

A energia de guerra que domina esse mundo não tem mais como ser delineada. Ela foi espalhada entre amigos e inimigos, tornando todos competidores, vencíveis, como o veneno que cai do céu sobre os campos, mas na verdade chega até as ervas pela força da tecnologia, matando tudo o que vislumbre nascer saudável.

O que estaremos lendo amanhã?

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