Médicos legistas não querem mais trabalhar em IML de Maceió

No terceiro dia da greve dos dois institutos médicos legais em Alagoas, os 30

Falta de condições de trabalho é apontada como problema no instituto

médicos legistas decidiram não mais trabalhar no Instituto Médico Legal Estácio de Lima, em Maceió, no bairro do Prado. O motivo é a falta de condições sanitárias da estrutura, que ameaça a vida de funcionários.

“Entre todos os itens da pauta de reivindicação dos médicos legistas, em greve desde a última quinta-feira (21), dois são inegociáveis: a volta ao trabalho na atual sede do Instituto Médico Legal de Maceió – o antigo prédio da Faculdade de Medicina de Alagoas – e o salário de R$ 9.813,00, que é o piso salarial nacional da Fenam, para 20 horas semanais”, disse o Sindicato dos Médicos, em nota que será divulgada neste domingo, nos jornais impressos.

“Há muito tempo que o velho prédio do IML de Maceió não oferece as mínimas condições de trabalho. Em meados dos anos 2000, em uma reunião no Sinmed com o auditório lotado, o então secretário de Defesa Social, Robervaldo Davino, reconheceu a total falta de estrutura de funcionamento do IML de Maceió e prometeu que um novo prédio seria construído na parte alta da cidade”, disse o sindicato, reclamando das promessas.

“A pauta de reivindicações da categoria não é das mais extensas. Dez itens básicos resumem seus anseios, destacando-se: uma nova sede para o IML de Maceió, implantação do piso salarial da Fenam, materiais e equipamentos mínimos necessários para os exames cadavéricos e demais procedimentos de perícia médico-legal, segurança nos local de trabalho, além da contratação de mais legistas”, afirma o sindicato.

Números do sindicato ap0ntam que 16 médicos legistas atuam em Maceió e os outros 16 no IMl de Arapiraca. O número é insuficiente, há sobrecarga de trabalho e os salários são de R$ 2.600 para carga horária de 24 horas semanais. Eles querem R$ 9.813- o piso nacional da categoria, estipulado pela Federação Nacional dos Médicos.

“Além disso, os legistas reivindicam a realização de concurso público para a contratação de mais especialistas para atuarem tanto em Maceió como em Arapiraca”, diz o sindicato.

“A própria população sofre com a falta de condições de funcionamento dos IMLs de Maceió e de Arapiraca. A falta de estrutura atrasa a liberação de corpos e a realização de exames de corpo de delito e conjunção carnal. Os parentes são obrigados a ver os corpos de seus familiares jogados no chão por falta de local para acomodá-los. Isso é um desrespeito, que aumenta ainda mais o sofrimento de quem já está ali por que perdeu alguém da família. Faltam médicos, falta material, as geladeiras vivem quebradas, a água utilizada nos exames cadavéricos é jogada na rua, corpos apodrecem no quintal do IML de Maceió”, disse Galvão.

Parentes de mortos bloquearam a avenida Siqueira Campos, no Prado, reclamando que esperam dias pela liberação dos corpos. O diretor do IML da capital, Luiz Mansur, teve de sair escoltado do prédio.

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