Acordo entre tucanos garante vaga a sanguessuga, em Brasília

O deputado federal Rui Palmeira (PSDB), um dos três pré-candidatos à prefeitura de Maceió com apoio do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB), licenciou-se da Câmara para se dedicar à campanha na capital. Ele vai enfrentar o ex-governador Ronaldo Lessa (PDT), que tem o apoio dos senadores Fernando Collor (PTB) e Renan Calheiros (PMDB). Os acordos que costuram a candidatura do tucano, filho do ex-ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Guilherme Palmeira, envolvem a posse de um ficha suja em Brasília: João Caldas, condenado em dezembro do ano passado pela Justiça Federal por envolvimento com a máfia dos sanguessugas.

O primeiro suplente de Rui Palmeira é o secretário Estadual de Saúde, Alexandre Toledo (PSB). Nesta quinta-feira, o Diário Oficial do Estadotrouxe a exoneração dele, a pedido, assinada pelo governador. O acordo é que Alexandre assuma a vaga em Brasília e renuncie ao mandato. Ele é “poupado” para uma outra eleição: a de 2014, em que é inflado a disputar o governo de Alagoas. Toledo é usineiro e teria o apoio do setor produtivo responsável por 98% das exportações, no Porto de Maceió. Com a renúncia dele, a vaga é ocupada pelo segundo suplente – Caldas.

Em 16 de dezembro, Caldas, a assessora parlamentar dele, Christiane Araújo de Oliveira, e os empresários Darci Vedoin e Luiz Antonio Vedoin foram condenados por improbidade administrativa no esquema fraudulento de desvio de recursos públicos descoberto pela chamada operação Sanguessuga.

Caldas terá de ressarcir os cofres públicos em R$ 390 mil “acrescidos ilicitamente ao patrimônio pessoal”, segundo o Ministério Público Federal, mais multa de 20% em cima deste valor, incluindo a suspensão dos direitos políticos por 10 anos. Cabe recurso da decisão, mas o próprio MPF recorreu: quer uma pena mais dura contra o ex-parlamentar.

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