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Vivi para ver o frevo ser ameaçado em Pernambuco?

Não é somente bizarrice, loucura e outras palavras pejorativas que a estupefação e até a raiva nos fazem jogar no ar, quando cenas consideradas fora de cogitação pelo senso de realidade que tínhamos construído até aqui, vêm da parte dos políticos da ala bolsonarista.

Por trás da mistura de confete com folhas secas, existe um direcionamento lógico a ser mantido. E considerar ilógico, é apenas o resultado do nosso parâmetro, agora antigo.

De que outra maneira essa gente conseguiria manter conexão com seu público eleitor, senão alimentando a agenda de despautério que as elegeu?

Sim, a balbúrdia real das fake news vestida com moralismos neopentencostais e dissecação da cultura, elegeu muitos deputados assombrosos por todas as regiões do país.

Como a escola foi um dos primeiros alvos da desconstrução, é um território de perseguição contínua, alarmando os pais e mantendo o suspense incriminatório sobre as práticas educativas.

Clarissa Tércio é do PSC de Pernambuco, e sua proposta na ALEPE investe em uma mentira que ganha forma na palavra “erotização”, ou seja, ela quer proibir a “erotização das crianças na escola” através de passos de danças. Tudo começa com o combate ao “passinho”, um ritmo misturado que surgiu na periferia carioca e ganhou as redes.

Mas o projeto da deputada inclui qualquer dança que na visão dela possa “erotizar” as crianças. Será que o frevo pernambucano não poderá mais ser ensinado nas escolas de Pernambuco?

Sim, Pernambuco é o estado do frevo – ousaria dizer que a relação entre pernambucano e frevo é umbilical. Mas lá também possui uma bancada evangélica que não gosta de dançar e resolveu investir no autoritarismo moralista para afrontar até a cultura local.

O projeto passará por comissões formais dentro da Casa Legislativa.

Do lado de fora, os indignados, e a torcida evangélica organizada.

Esse é o país devastado pelo bolsonarismo fundamentalista.

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