“Todas as manhãs mantenho o hábito de conferir as flores do meu quintal. Tenho por lá a miniatura do mundo. Alegro-me ao ouvir o canto dos pássaros, minha alma sorri e se debruça para ouvi-los quando formam duetos nos galhos da mangueira. Além de escrever poesias, nas horas de ócio cuido das plantas e flores. Cuidar das flores é um aprendizado para cuidar de mim mesma. Os amores…Ah! Os amores completam o cenário.”
Pedaço afim do seu livro “Cenas de Março”, onde encontro a poetisa Merandolina Pereira de Melo, passeando por seu jardim, tal qual me agrada fazer a cada dia, com o meu próprio.
Não serão as afinidades que justificarão nossas escolhas neste mundo? Sim, e com significativa força indutiva.
Poetas e poetisas sabem “Onde vive a poesia”:
Nas flores na varanda,
no canto dos passarinhos,
na brisa da manhã fria,
lá está a poesia.
Na noite estrelada,
nas crianças na calçada,
no sol no final do dia,
lá está a poesia.
Na luz, na escuridão,
no cheiro do café, do pão,
na hora de acordar o dia,
lá está a poesia.
No aperto das mãos
de amigos que se encontram,
no abraço, na alegria,
lá está a poesia.
Nos lábios, nos beijos,
nos corpos que se desejam,
no afago, na companhia,
lá está a poesia.
No caminho, na chegada,
no caos, na harmonia,
lá está a poesia.
A poesia está lá, está aqui,
está em tudo que a vida nos dá,
sem precisar lhe pedir.
A poesia está em todo lugar.
Ela vive em cada ser
que sabe poetizar.
Parabéns Merandolina! A poesia alagoana está no Coletivo de Mulheres que Escrevem!