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Coaracy Fonseca: Ainda resta um pouco de esperança…

Coaracy Fonseca é promotor de Justiça

Tenho lido vários textos e comentários em blogs e jornais impressos de que falta ao brasileiro, neste ano, o espírito da Copa, razão de escândalos de vários matizes ocorridos em nosso País. Haveria uma certa desmotivação, como se tudo fosse um jogo de cartas marcadas.

Apesar de respeitar as opiniões divergentes, ouso discordar de tal sentimento. Uma Copa do Mundo é – e sempre será – um evento marcante para todos os povos, principalmente para os que participam da competição.

É um encontro de gerações. É um momento de fixar memórias nos pequeninos e aguçar a lembrança dos grandes. De relembrar, inclusive, aqueles que não mais estão entre nós e que tanta alegria nos trouxeram, outrora. É uma ocasião ritual.

É tempo de construção da boa expectativa, de ensinar a arte da alegria às crianças, esponjas ambulantes, que tudo absorvem. A genuína felicidade não se alimenta da certeza, mas da esperança, que deve ser renovada a cada dia, sem prescindirmos, é claro, da luta pela vitória.

Quem só se alegra na vitória não conhece a verdadeira felicidade. Frustra-se com facilidade, sucumbe mais facilmente às adversidades da vida. A alegria encontra-se no caminhar e não necessariamente no ponto de chegada.

Vencer é algo supremo, não há dúvida. Somos treinados a vencer na vida, assim como nos esportes, é a competição natural da existência humana. É o ótimo, mas a genuína felicidade aí não reside, passa rapidamente, pois fugaz é a glória.

Por isso, tenho esperança que o Brasil se sagre vencedor e a cada partida, mesmo no empate, sou tomado de imensa alegria pelo simples fato de está ali, experenciando um acontecimento que não mais se repetirá, mas que jamais se apagará da minha memória e dos meus.

Se tiveres de apostar na vitória ou na esperança para ser feliz aconselho – uma mera opinião – que apostes na segunda, pois a primeira é incerta e efêmera. A esperança, a seu turno, é perene. É a verdadeira mola propulsora das grandes vitórias de nossas vidas.

Por derradeiro, como virtude teologal somente pode ser suplantada por um sentimento ainda mais sublime: O AMOR.

Boa semana a todos!

SOBRE O AUTOR

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