CE: MP investiga propina entre consignados e Governo

A Promus alega que a correspondência, datada de 28 de janeiro deste ano, foi forjada. Segundo a empresa, ainda naquele mês, foi registrado boletim de ocorrência “demonstrando que sua caixa de e-mail corporativo havia sido violada”

O Povo

A denúncia de pagamento de propina no sistema de crédito consignado do Governo do Ceará saiu da Assembleia Legislativa e chegou ao Ministério Público Estadual (MPE), no Ceará.

O deputado Heitor Férrer (PDT) disse ter encaminhado ao órgão uma cópia do suposto e-mail no qual um dos donos da Promus, Luís Antônio Valadares, faz menção a pagamento de “R$ 100 mil” mensais ao presidente da Bradesco Promotora, Fernando Perreli, em “cumprimento” a um possível “acordo”. A autenticidade do e-mail não foi comprovada.

A Promus alega que a correspondência, datada de 28 de janeiro deste ano, foi forjada. Segundo a empresa, ainda naquele mês, foi registrado boletim de ocorrência “demonstrando que sua caixa de e-mail corporativo havia sido violada”.

O POVO solicitou cópia do boletim, mas a assessoria de imprensa da Promus disse não ter conseguido localizar Valadares até o fechamento desta edição. O empresário, que é genro do secretário estadual da Casa Civil, Arialdo Pinho, estaria viajando.

Um dos promotores que investigam o caso no Ministério Público, Ricardo Rocha disse que, antes da denúncia na Assembleia, não tinha conhecimento da possível troca de correspondências entre Valadares e Perreli. Ele disse que analisará os documentos enviados por Heitor e, se necessário, poderá solicitar à Justiça a quebra do sigilo eletrônico da Promus.

Rocha explicou, ainda, que a apuração sobre se houve violação criminosa do e-mail da empresa, conforme aponta a Promus, cabe à polícia. “Concluído o inquérito policial, o relatório vai pra uma promotoria no MP. Depois disso o órgão decide pela abertura de uma ação contra o violador”, explicou.

Desde 2009, a Promus é a única empresa credenciada pela Bradesco Promotora para operar a concessão de crédito para servidores do Estado. Outras correspondentes atuam na ponta do serviço, mas todas subordinadas à Promus. A empresa pertence a Valadares e a Bruno Borges, que também é dono da ABC, licitada pelo Governo para regular o endividamento dos servidores.

 

.