CPI deve pedir fim de publicidade estatal na Veja

Os jornais televisivos trouxeram áudios que mostram Cachoeira mencionando valores que totalizam R$ 3,1 milhões destinados ao senador bandido. Outras notas falam de mais presentes do bicheiro ao senador, como vinhos cujo valor no Brasil chegaria a R$ 30 mil a garrafa

O Cafezinho

Quando fico por baixo, eu fico doidão, seria a tradução, meio vulgar, para When I get low, I get high. A música, famosa na voz de Ella Fitzgerald, me veio à mente como defesa instintiva contra a tsunami de denúncias que eu li ontem e hoje, nos jornais e na blogosfera. Tanta sujeira que a alegria algo maligna que eu vinha sentindo por assistir, no conforto do meu apartamento, à derrocada de todo um grupo de mafiosos, levando de roldão um senador hipócrita e uma publicação protofascista, foi substituída por tédio e melancolia. Vontade de ouvir música, bebericar um uísque e esquecer tanta podridão.

Os jornais televisivos trouxeram áudios que mostram Cachoeira mencionando valores que totalizam R$ 3,1 milhões destinados ao senador bandido. Outras notas falam de mais presentes do bicheiro ao senador, como vinhos cujo valor no Brasil chegaria a R$ 30 mil a garrafa.

Lembrei da música de Ella porque ela mostra a diferença incrível entre o mundo dos “grandes” e as vicissitudes dos simples mortais. Uns recebem 3,1 milhões de “gorjeta”, vinhos de 30 mil, viagens pré-pagas a Las Vegas, outros sofrem porque o bolso da calça lhes parece, subitamente, grande demais, experimentaram um baque amoroso, ou a temperatura ambiente cai abaixo de nove graus negativos num momento inoportuno.

De repente sentimos, dolorosamente, nossa condição de plebeus.

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