Central de Resíduos do Agreste inicia obras

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A destinação correta do lixo nos municípios brasileiros é um problema que se agravou com a crise econômica dos últimos anos. Muitas cidades não possuem recursos para investir na construção e manutenção dos aterros sanitários, mas o Governo Federal, por meio da Política Nacional de Resíduos Sólidos, já determinou uma data para essa adequação: 2018.

No agreste alagoano, as cidades já contam os dias para fazer parte da estatística de municípios que respeitam e cumprem a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Isso porque teve início no mês de junho a construção da Central de Tratamento de Resíduos (CTR), localizada entre Arapiraca e Craíbas. Com 81 hectares e um investimento inicial de R$ 14 milhões, a CTR Agreste é resultado de uma parceria público privada, entre o consórcio do Agreste (Conagreste) e a empresa Alagoas Ambiental.

“A política de resíduos sólidos foi discutida no Congresso Nacional por 30 anos e não se trata somente de destinação final de lixo. O nosso maior desafio sempre foi a conscientização sobre a gestão desses resíduos, uma estratégia que precisava, e ainda necessita, ser trabalhada com a inclusão de toda a sociedade e dos poderes públicos”, afirma a prefeita de Arapiraca, Célia Rocha, presidente do Conagreste.

Ela diz ainda que, em relação à destinação final, são poucos os municípios brasileiros que o fazem corretamente, uma vez que as dificuldades são imensas. “Na lista de dificuldades estão desde recursos para a construção de central de tratamento adequada quanto a sua operacionalidade. A verdade é que o poder público tem limitações práticas, por falta de profissionais especializados, conhecimento técnico e de agilidade em alguns procedimentos. Por isso que no Brasil e, em vários países, o que está acontecendo é a instalação de aterros privados, onde há investimentos na construção e operação, ficando o poder público responsável pela remuneração do trabalho executado por quem tem capacidade técnica para isso, ou seja, por tonelada de lixo tratado”, completa.

No caso da CTR Agreste, cerca de 20 municípios da região serão atendidos diretamente, e irá destinar tanto resíduos sólidos Classe II, (lixos domiciliares e comerciais), bem como os resíduos de Classe II-B, que são, por exemplo, os resíduos da construção civil.

“A CTR Agreste, assim como a Metropolitana, que já está em funcionamento no município de Pilar, conta com uma tecnologia avançada e operações técnicas, isso garante a manutenção e durabilidade do empreendimento, que tem uma vida útil de 20 anos. A adequação desses municípios à Política Nacional de Resíduos é a garantia de uma qualidade de vida maior da população, do bem-estar e da conscientização ambiental”, destaca Keylle Lima, executivo do Grupo Alagoas Ambiental.

Em todo estado de Alagoas, apenas Maceió conseguiu construir e fazer funcionar seu aterro sanitário. Por meio de consórcio, um aterro sanitário foi construído em Olho D’agua das Flores, mas ainda não se encontra em plenamente em funcionamento. Em Arapiraca, o aterro sanitário construído virou um lixão, e já não atende mais a população do município de forma adequada.

“Com essa parceria, o lixão de Mangabeiras será encerrado em definitivo, um sonho que perseguimos diariamente, mas que sem estratégias devidamente organizadas, era muito difícil. Por enquanto estamos trabalhando no monitoramento e, seguramente, para o encerramento de todas as atividades que existiam por lá e, consequentemente, tirar aquela gente que sobrevive em condições tão desumanas”, concluiu Célia Rocha.

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