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Lei da escola livre em Alagoas criminaliza professores e encarcera democracia

susto

O governador Renan Filho está prestes a aprovar o projeto de lei que institui a escola livre.

A justificativa, escreve o deputado Ricardo Nezinho- autor da ideia- é que os estudantes não possam aderir a determinadas correntes políticas e ideológicas através de professores e autores de livros didáticos.

Aos professores e autores caberá a neutralidade.

Cita-se na lei a moral sexual, que não deve ser incompatível com os conceitos ensinados pelos pais ou responsáveis pelo aluno.

Quem fiscalizará isso?

O Conselho Estadual de Educação e a Secretaria de Educação.

A futura lei,se for assinada pelo governador, dissolverá o papel dos conselhos escolares, que são uma tentativa de democracia.

Porque se os pais individualmente se sentirem ofendidos por um conceito, poderão interferir em todo o currículo escolar.

Como ficam as aulas de Biologia quando os professores tiverem de responder a perguntas sobre sexualidade?

E quando em História se falar do comunismo?

E as aulas sobre a evolução das espécies que mexem com a teoria bíblica do criacionismo?

O que é neutralidade?

A relação professor-aluno foi se alterando durante os anos.

Ao chegar a sala de aula, o aluno é informado pelas redes sociais sobre gostos e opiniões.

Pais e professores assumem um papel diferente do passado: ao invés de repassarem conhecimentos, administram aquilo que chega no dia a dia do jovem.

A futura lei é semelhante a estratégia dos militares quando substituíram Filosofia e Sociologia por OSPB para exaltar o civismo nos alunos, semelhante às imagens que chocam o ocidente na Coréia do Norte e a lavagem cerebral de um líder de Estado.

A escola livre de Ricardo Nezinho é um pé no freio do ambiente democrático nas escolas.

O currículo escolar está defasado.

Precisa de uma reformulação para que o Brasil deixe de ser uma nação que ocupa os últimos lugares em qualidade de ensino.

Alunos têm o direito de receber conteúdos que estejam no currículo das escolas.

Até pela exigência no Enem ou das provas nos concursos públicos, além da honestidade intelectual. Ao professor que quebra estas regras, cabe a posição dos pais e do Conselho Escolar.

Mas, selecionar discussões ou transformar escolas em palcos do medo de falar sobre determinados assuntos lembra um passado não tão distante- o das ditaduras tão criticadas por quem se diz democrata.

Ficou de fora na escola livre a liberdade da escola em formar cidadãos.

E a defasagem, pelo visto, vai continuar.

Porque acima do conhecimento estará a moral e os bons costumes com tudo aquilo de pior que eles representam.

12 respostas

  1. Oush gata, e vc ta querendo tirar a liberdade de escolha do aluno!? Neutralidade, caso vc nao saiba, é se manter imparcial em relaçao aos fatos. Nao quer dizer que os fatos irao deixar de existir, nao vai parar de se educar sobre os dois lados da historia, nao vai parar de ensinar sobre a biologia( sexualidade é parte da psicologia ja! O corpo humano nao funciona de maneira concreta diferente para homens ou mulheres, e onde se diferencia fisicamente tbm e estudado.), nao vai se deixar de discutir ciencia X religiao… Vai apenas obrigar os professores a entender, que assim como os pais, eles nao tem o direito de OBRIGAR O ALUNO OU O FILHO a seguir a mesma linha de pensamento que ele, ele tem que dar conhecimento para que o aluno POR SI SÓ tome suas decisoes. Seus argumentos foram péssimos… Estou na torcida que ele assine a lei.

  2. A proposta com sua ideologia do emburrecinedói não revela nenhum segredo dos tempos atuais. O tempo todo os “do poder” tentam a todo custo impedir o avanço moral e intelectual das massas. Em se tratando dos jovens alunos, a consequência é devastadora.

  3. Chamo isso de retrocesso, será que a Ditadura está de volta?Deputado, por favor, vá se preocupar com o desenvolvimento de nosso Estado excelência acorde o mundo mudou.

  4. Se no sul essa lei fosse seguida o professor não poderia discodar das posições nazistas e discursos sobre a “inferioridade” do nortista/nordestino tanto moral ou racial pois questionar esses “valores” iria ser ir contra valores familiares e contra os valores de formação do estado.
    Ou seja um professor seria preso por questionar o racismo que sustenta o estado de sc por exemplo. Não podendo questionar os conceitos do aluno e defender nortista/nordestino para uns racistas no sul é visto como doutrinação do PT ou comunista.
    Essa lei e esse discurso de neutralidade é uma aberração retrógrada.

  5. Claramente inconstitucional ferindo direitos básicos como o da liberdade de expressão. Mais uma “Lei” que, se aprovada, vai naufragar diante do Controle de Constitucionalidade. Cabe ao MP de lá questionar esta imbecilidade. Contudo, cada Estado tem o governador que merece… Tal pai tal filho…

  6. Devagarinho, alguns políticos infiltram uma ditadura disfarçada, quando nós dermos conta, estaremos vivendo Cuba no Brasil, e todos as nossas conquistas ficarão na história, e nem ao menos vamos poder faça sobre esse tempo em que vivíamos uma democracia.

  7. Devagarinho, alguns políticos infiltram uma ditadura disfarçada, quando nós dermos conta, estaremos vivendo Cuba no Brasil, e todos as nossas conquistas ficarão na história, e nem ao menos vamos poder falar sobre esse tempo em que vivíamos uma democracia.

  8. Impedir as pessoas de pensar é o primeiro passo para dominá-las

    “Eu vi o rumo que as coisas estavam tomando, muito tempo atrás. Eu não disse nada. Sou um dos inocentes que poderia ter elevado a voz quando ninguem atentava para os ‘culpados’, mas não falei e, com isso eu mesmo me tornei um dos culpados. E quando finalmente montaram a estrutura para queimar livros, usando os bombeiros, reclamei algumas vezes e desisti, pois não havia mais ninguém reclamando ou gritando junto comigo”(BRADBURY)

    1. Acredito que o professor não deva influenciar
      O aluno em relação a política. Diversas vezes os alunos me perguntaram, ” professor , em quem o Sr. Vota para presidente? ”
      Nunca disse pra eles, acho que eles devem formar a sua própria opinião. Todo professor tem um grande poder sobre o aluno. A lei é interessante

  9. A QUIZILA ESCOLA LIVRE, O VETO GOVERNAMENTAL E MOÇÃODE REPÚDIO DO CONSELHO MUNICIPAL DE ENSINO
    Joilson Gouveia*
    Denota-se, do texto infra, transcrito nos pontos que merecem destaques, que o Conselho Municipal de Educação – COMED, repudia ao Projeto Escola Livre, que restringiria a livre docência ou tolheria a liberdade de seus professores de discutirem ou de incutirem ideias nas cabeças de crianças e adolescentes sobre “ordem política, religiosa ou ideologias”, consoante se pode inferir aqui, a saber:
    “O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: (…) II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; III – pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; (…) VI – gestão democrática do ensino público, na forma da lei; (…).
    O mencionado dispositivo constitucional foi obedecido corretamente pelo veto governamental de 25 de janeiro que, em suas alegações, afirmou que o projeto impõe “restrições à ampla liberdade de ensino, de tal modo que ficam os professores proibidos, […] de tecerem qualquer consideração de ordem política, religiosa ou ideológica” tolhendo-lhes “o amplo espectro de atuação do profissional da educação”.
    Este colegiado avalia ainda que o referido PL, prestes a ser colocado em votação no Pleno da Assembleia Legislativa de Alagoas para apreciação dos vetos do Poder Executivo, insere-se na mesma filosofia de intolerância política, ideológica, religiosa e de gênero que norteou as discussões do Plano Estadual de Educação e dos Planos Municipais aprovados no decorrer dos últimos meses no estado. Por sua vez, tais iniciativas são estimuladas pelos movimentos de direita que ganham força no País, que visam, fundamentalmente, o cerceamento das liberdades democráticas conquistadas pela sociedade brasileira pós- Regime Militar.
    Pelo exposto, este Conselho manifesta-se pela manutenção dos vetos do Poder Executivo ao PL nº 69/2015 e pelo respeito aos princípios constitucionais aludidos, ao tempo em que reafirma sua luta em defesa de uma educação pública, democrática, plural e inclusiva”. (Sic.) – Sem grifos no original!
    Por quais razões se insurgem ao PL e defendem os vetos do governo estadual ao indigitado PL citado?
    Ora, o ensino fundamental e/ou médio se destinam à formação intelectual, personalidade, caráter e ao saber do jovem-cidadão, pelo processo ensino-aprendizagem e educacional destinados às crianças e aos adolescentes.
    Portanto, do ensino fundamental e médio, cujo público-alvo sequer ainda vota, para receber orientação sobre política ou ideologia, por exemplo, haja vista que somente lhe é facultado tal direito aos 16 anos, mas a preocupação principal do referido COMED, que teme ou temeria que elas pudessem ou até possam receber orientações da Direita “que ganham força no País, que visam, fundamentalmente, o cerceamento das liberdades democráticas conquistadas pela sociedade brasileira pós-regime Militar” (Sic.) – Sem grifos o original.
    Pode-se, pois, inferir que todas as orientações, concepções, convicções, ideias, ideais e ideologias de esquerda ou de não-direta estão livres, leves e soltas e acordes aos preceitos constituições do Art. 226, Inciso II, II e VI, da CF/88, mas tão-somente sob a égide, espectro, doutrina e escólio esquerdoPATA ou esquerdALHA ou hegemônico do comuna-socialismo, como ensinara Antonio Gramsci, já que direita tolheria os direitos e liberdades conquistados “pós-Regime Militar”! Acaso não havia direitos e liberdades no citado “regime militar”?
    Enfim, onde o pluralismo de ideias, invocado no referido repúdio, e contido do Art. 226, II, da CF/88? Ou a tal “defesa de uma educação pública, democrática, plural e inclusiva”? Leia-se: Inclusiva, dês que sequer se mencione ou se discuta ou se INCLUA quaisquer pensamentos, conceitos, ideias, ideais ou ideologias de Direita. Ou não?
    É como já havíamos dito “esquerdar ou esquerdear pode; endireitar jamais”, a saber: http://gouveiacel.blogspot.com.br/2016/04/esquerdear-ou-esquerdar-sempre.html
    Típico de esquerdALHAS!
    Abr
    *JG

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