Prisões gastam três vezes mais em viagens que limpeza das cadeias

A Intendência do Sistema Prisional gasta três vezes mais em viagens que na hora de varrer o chão dos presídios: R$ 55.019

A julgar pelos gastos com a Limpel Limpeza Urbana Ltda para a limpeza das seis cadeias públicas alagoanas (R$ 15.333,34), a Intendência do Sistema Prisional gasta três vezes mais em viagens que na hora de varrer o chão dos presídios: R$ 55.019, isso de janeiro a abril deste ano.

A Justiça de Alagoas pediu, em março, a interdição e a implosão do presídio Baldomero Cavalcanti, o maior do Estado, por oferecer risco a presos e funcionários.

Fotos tiradas pelo conselheiro estadual de segurança Antônio Carlos Gouveia mostram as condições do presídio: o telhado está comprometido; uma das cozinhas – de tão suja – foi interditada; o esgoto corre a céu aberto e a comida distribuída aos presos é de má qualidade e contaminada. Há ainda lixo acumulado em várias partes do presídio e até pneus abandonados – local propício à reprodução do mosquito da dengue. O Baldomero Cavalcanti está superlotado: tem capacidade para 460 presos, mas hoje tem 660.

A visita íntima acontece no interior da cela e, como não há aparelhos para inspeção, até as crianças são revistadas pelos funcionários do presídio. O aparelho de raio-X, doado pelo governo federal, está parado porque precisa de manutenção, mas as peças importadas não chegam ao Brasil.

A Intendência do Sistema Prisional analisa a construção de um novo presídio, mas sem data para sair do papel. Um laudo confirma que a cadeia não tem condições de ser reformada. De acordo com integrantes do Sindicato dos Agentes Penitenciários, existem pelo menos 30 túneis abaixo do Baldomero, todos escavados por presos. As autoridades perderam as contas da quantidade de fugas.

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