Diagnóstico precoce garante qualidade de vida dos pacientes com câncer, diz oncologista da Sesau

Assessoria

Até bem pouco tempo a doença não tinha sequer o seu nome pronunciado. “CA”, ou no máximo o “tumor”, era assim que as pessoas se referiam ao câncer. No entanto, o diagnóstico da doença já não significa a sentença de morte. Nesta sexta-feira (27), Dia Nacional de Combater ao Câncer, o oncologista da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), João Aderbal, afirma que garantir qualidade de vida dos pacientes com câncer é um imperativo ético e precede às promessas de cura.

O câncer tem causas múltiplas, desde a suscetibilidade genética a fatores de risco associados à vida urbana, industrialização, poluição, sedentarismo, tabagismo e obesidade. Porém, muitos cânceres podem ser prevenidos; quando detectados precocemente, outros podem ser tratados; e para os casos de tumores mais letais, há como garantir que os pacientes tenham uma melhor qualidade de vida.

“Com o conhecimento da biologia molecular e da assinatura genética, muitos desses tumores terão tratamentos mais especializados”, esclarece João Aderbal. Um exemplo, cita o oncologista, é o caso de uma paciente com câncer de mama, que agora passa a ter sua mama preservada. “Com a oncoplástica, em muitos casos a paciente sairá do centro cirúrgico mais bonita do que entrou e sem as deformidades decorrentes desse tratamento”, pontuou ele.

A partir dessa mudança de paradigma, com um melhor tratamento e menos efeitos colaterais, muda-se também os serviços, agora mais personalizados. O oncologista da Sesau informa que, com equipamentos mais qualificados e o treinamento de profissionais, uma nova conotação é dada ao tratamento do câncer, garantindo assim resultados mais efetivos.

Porém, é importante que não se tenha perda de tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento. “Se o diagnóstico precoce da lesão e o tratamento são feitos com brevidade, isso vai diminuir a chance de o paciente morrer deste câncer”, alertou Aderbal. “Com essa conscientização, o câncer passa a ser uma doença crônica, como é o diabetes e a hipertensão, e daí consigamos diminuir o número de óbitos”, complementa ele.

Serviço – Os alagoanos que têm seus diagnósticos devem procurar unidades específicas. Em Maceió, são dois Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacons), com atendimento no Hospital Universitário e na Santa Casa, além de uma Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacons), com serviço disponível, especificamente para os casos de pediatria, no Hospital do Açúcar. Em Arapiraca, os dois Unacons funcionam no Hospital Afra Barbosa e Chama.

“É preciso que a população tenha em mente que o câncer hoje tem cura”, reafirmou João Aderbal. Conforme ele esclareceu, com a atuação precoce, os resultados são excepcionais. “É preciso dizer a população que tenha esse cuidado e não tenha medo. Não é vergonhoso ter câncer, o vergonhoso é ficar em casa sem buscar a detecção precoce”.

E um dos grandes ganhos para Alagoas, continua Aderbal, é a implantação do Plano Estadual de Oncologia. Com esse direcionamento, formata-se uma dinâmica estruturada, que vai gerir todas as unidades de diagnóstico e tratamento. Assim, o fluxograma de assistência ao paciente oncológico diminui o tempo entre o diagnóstico e o tratamento e o subsequente resultado do tratamento, evitando casos subtratados.

Casos – No Brasil, entre 1990 e 2013, triplicou o número de casos de câncer de mama (o de maior ocorrência entre as mulheres): saltou de 24,9 mil para 74,6 mil, levando 16,2 mil brasileiras à morte. O principal fenômeno por trás da ampliação da incidência de cânceres é o aumento da expectativa de vida e o envelhecimento populacional. Para 2015, a estimativa é que ocorram aproximadamente 576 mil casos novos de câncer no Brasil.

 

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