Ueldison Alves
Não é possível falar de nacionalização sem olhar para o 9 de janeiro de 1822 denominado o dia do Fico, pronunciado por Pedro I ao se recusar a retornar para Portugal e dar continuidade no processo da colonização brasileira.
É importante ter em mente que Pedro I foi muito pressionado pela família real a retornar para Portugal e ao mesmo tempo pelas elites brasileiras. Esse foi o período que o analfabetismo estava em alta e apenas as elites agrárias tinha estudos e claro apoiava a iniciativa de um Brasil independente, principalmente os pernambucanos que antes mesmo do processo de independência começar no território brasileiro, a denominada confederação do Equador, um grupo de republicanos, defendia a mudança de governo nacional, sendo nós independente de Portugal.
É muito equivocado falar no campo da historiografia que D.Pedro ficou para agradar a massa, isso nunca foi verdade, mas sim agradar uma pequena quantidade de pessoas ricas que tinha ideais políticos definidos.
Mas é sempre importante lembrar que por mais os interesses particulares estiveram envolvidos, essa decisão do imperador é de muita importância para colocar o Brasil no caminho da identidade nacional, pela primeira vez nós temos um governo nosso, apesar de ser único império dentre as repúblicas da América latina.
Esse dia do Fico vai dar ao Pedro I um poder sem igual que veremos dois anos depois, em 1824 temos a nossa primeira constituição (das sete que virão nos anos posteriores). Essa constituição é o fruto dessa iniciativa e do apoio a D. Pedro I, pois essa constituição ela traz os princípios do iluminista Barão de Montesquieu na qual defendia que um Estado deveria ser dividido em três poderes, judiciário, legislativo e executivo. Mas Pedro I cria o quarto poder, o moderador.
Em poucas palavras o moderador centraliza todo o poder nas mais só imperador, até a igreja teve dedo de mudanças através do império.
Existe um consenso entre historiadores que apesar de termos um governo déspota, absolutista, mas foi o primeiro governo que trouxe uma identidade política ao nosso país e com ele tivemos símbolos de riquezas nacional como o nosso próprio tesouro que durante muito tempo ficou no Estado do Rio de Janeiro, o palácio do quinta do boa vista, sendo a sede do governo imperial.
Por fim devemos olhar o quanto o dia do Fico foi importante para nossa formação como sociedade, ainda que de maneira tardia no século XIX.
