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Assassinato de Bárbara Regina: investigações acumulam idas, vindas e (muitos) erros

Por que Otávio Cardoso matou Bárbara Regina?

5 anos após o crime, a Polícia Civil não tem a resposta.

Em maio deste ano, o juiz John Silas suspendeu o processo e o prazo prescricional do assassinato da estudante de Contabilidade.

Por causa do desaparecimento de Otávio Cardoso, agora capturado.

A expectativa é que nesta 3ª feira (10) ele confesse o crime e diga onde está o corpo.

Mas, e se ele não fizer isso?

As investigações deste assassinato tiveram idas, vindas e reviravoltas desastradas. Uma delas: pressa em anunciar que Bárbara era garota de programa e endividada no mercado das drogas. Tese nunca provada pela Polícia Civil.

Um único depoimento diz isso: o de Thiago Anderson de Oliveira Santos, primo de Vanessa Ingrid, hoje presa acusada de ordenar 5 assassinatos.

Na lista, não está Bárbara Regina. Se estava, a PC nunca disse publicamente.

Thiago apontou a Mata do Rolo, em Rio Largo, como local onde o corpo de Bárbara teria sido descartado. Nunca houve registro de buscas oficiais, pela PC, por esta pista.

Afora o que disse Thiago, nenhum depoimento mostrou que Bárbara tinha conexão com o mundo do crime.

Em 1 de junho de 2015, a Polícia Civil recebeu informação de que Otávio estaria em uma casa, no conjunto Olavo Calheiros, na cidade de Murici.

Na hora de cumprir o mandado, o documento estava vencido.

A Justiça expediu novo mandado, cumprido apenas no dia 4. Otávio não foi encontrado. Se estava na casa, conseguiu fugir.

A morte de Bárbara Regina é tão emblemática quanto assassinatos sem solução, como o do estudante Fábio Acioli (2009), o do tributarista Sílvio Vianna (1996).

De comum entre eles, erros durante as investigações, via Polícia Civil.

Que a PC alagoana se redima com o caso Bárbara Regina.

Do contrário, repete o passado. E Bárbara será mais uma vítima das nossas relações sócio-históricas perversas. Do nosso passado de insistente de impunidade e injustificadas desilusões.

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