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17 anos depois, caso Sílvio Vianna ainda é emblema da impunidade em Alagoas

Há 17 anos o tributarista Sílvio Vianna era assassinado em Alagoas e a apuração deste caso mostrava que a impunidade foi- e ainda é- um dos principais traços do Brasil, em especial Alagoas.

Em 2006, não estavámos no topo da lista dos estados mais violentos do Brasil. Mas, as condições da segurança pública preocupavam tanto quanto hoje: as chacinas inexplicáveis, as dúvidas em torno das investigações, as promessas do Governo de celeridade e o Judiciário, onde o crime do tributarista ainda é cercado pelo mistério.

Não havia plano Brasil Mais Seguro. E hoje, com este plano, Alagoas chegou à pior condição de violência, com uma estrutura de segurança falida e o ranking social desfavorável ao Estado que- um dia- foi conhecido como o “filé mignon” do Nordeste.

A família de Sílvio Vianna- assim como a de Ceci Cunha, Carlos Roberto Santos, Bárbara Regina, Diêgo Florêncio e outras tantas que seguem cansadas em busca de respostas à barbárie- aponta para um desafio a todas as instituições. Mas, ao Executivo a responsabilidade é ainda maior.

Na Itália, a Operação Mãos Limpas foi uma iniciativa nacional no combate à máfia. Em Alagoas, as máfias persistem porque atrás dela o aparelho estatal oferece proteção. Não é diferente do Brasil.

Que um dia a nossa cultura sanguinária possa virar um traço do nosso macabro passado. Hoje, porém, apesar dos esforços- em alguns casos iniciativas individuais- as nossas possibilidades seguem quase como antes: à espera de um final menos triste.

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