MPF denuncia Celso Luiz, chama de ‘criminoso’ e pede que ele continue preso

Ao oferecer denúncia contra o ex-prefeito de Canapi, Celso Luiz (PMDB), na Operação Triângulo das Bermudas, nesta 4ª feira (21), o Ministério Público Federal chama-o de criminoso e fala do risco de fuga dele e dos outros cinco integrantes da organização criminosa acusada de desviar R$ 15 milhões dos cofres da cidade, também denunciados pelo MPF.

Todos são acusados de lavagem de dinheiro, desvio de verbas públicas federais e organização criminosa.

Foram denunciados, além de Celso Luiz: o ex-vice-prefeito Genaldo Soares Vieira, o ex-secretário municipal de Finanças Carlos Alberto dos Anjos Silva e o ex-secretário municipal de Assuntos Estratégicos Jorge Valença Neves Neto, além de outras três pessoas, cujos nomes não foram divulgados pelo MPF.

Segundo o procurador da República, Carlos Eduardo Raddatz, “não se pode conceber que permaneçam em liberdade criminosos, sobretudo aqueles econômica e politicamente poderosos, que estão em plena prática dos delitos, vale dizer, permanecem ocultando os valores desviados e os utilizando, em detrimento de todos os munícipes de Canapi”.

“Um vez soltos, os denunciados poderão usufruir desses recursos ocultos, inclusive para facilitar a prática de novos crimes ou mesmo de impedimento da investigação e do processo, bem como no risco de fuga. Ressaltando que o pedido das prisões foi justificado por relatos de tentativa de pagamento de testemunhas e colaboradores da Justiça”, diz nota do MPF, distribuída à imprensa.

Para o MPF, o ex-prefeito Celso Luiz atuou como chefe da organização criminosa enquanto os demais denunciados foram operadores do esquema de desvio dos recursos públicos- incluindo precatórios recebidos pela Prefeitura do extinto Fundef, fundo federal de educação.

Em 2016, a Justiça bloqueou as contas do município porque constatadas as transferências indevidas de R$ 8.316.763,51, em 2015, e mais RS 2.397.313,50, em 2016, para contas de terceiros. Mas, no final de 2016, o vice-prefeito que assumiu a prefeitura com o afastamento de Celso Luiz desviou o restante das verbas do precatório, quase R$ 6.920.894,46.

Neste primeiro momento, o MPF optou por apresentar uma denúncia parcial, considerando que há réus presos e que a complexidade dos fatos demandam mais investigações e análises por parte do órgão ministerial. Registrando a necessidade de manutenção da prisão preventiva de quatro denunciados, pois, soltos, eles poderão atuar para atrapalhar a investigação, como anteriormente feito de forma bastante agressiva.

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