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Coletivo de Espíritas Progressistas, silhueta de luz no Brasil

O grupo Espiritismo e Direitos Humanos publicou o texto abaixo:

” Neste sábado, 19 de janeiro, o coletivo de Espíritas Progressistas se reuniu mais uma vez em São Paulo para celebrar o novo ano, encaminhar as tarefas do grupo e lembrar que, apesar da onda reacionária e conservadora que invadiu todas as comunidades de fé e, inclusive, o movimento espírita, ninguém solta a mão de ninguém.

Este é o terceiro encontro do coletivo que tem como proposta uma vivência prática do evangelho de Jesus e o respeito intransigente aos direitos humanos, dois pilares cristãos importantes e que vem sendo deturpados por parte da comunidade espírita (e religiosa).

Mapear iniciativas como essa em todo país, mediar estudos populares do evangelho, contribuir para uma comunicação espírita mais efetiva e dialógica, foram alguns dos encaminhamentos do encontro.

Jesus, presente!
Kardec, presente! ”

Eis que surge uma esperança para simpatizantes e adeptos do Espiritismo que nestes últimos meses estão optando pelo afastamento das casas, por não mais suportarem a adesão da maioria ao timbre das políticas bolsonarianas, claramente avessas ao pacifismo emancipador de Jesus e Kardec.

Também representa uma luz no horizonte do Espiritismo no Brasil, convidando trabalhadores de boa vontade a unirem a vivência de estudos e trabalhos sob o esclarecimento que harmoniza fé e razão, por uma sociedade mais justa, pacífica e humanizada.

O século XXI revelou limitações teóricas ainda encontradas na prática do Movimento Espírita Brasileiro, vinculadas a noções monárquicas de autoridade, que como consequência, cristaliza o entendimento de sociedade nos parâmetros de uma moral dualística e asséptica, de utilidade questionável.

A complexidade do contexto social não pode ser anulada em nome de modelos antigos de certo e errado, concebidos segundo o limite da humanidade cronologicamente orientada pelo que lhe era conhecido. Esse tempo já foi superado. O Espiritismo não conseguirá segurar os parâmetros do grande amor de Deus em versões tradicionais de fé, pois esse amor é renovador, incondicional e revolucionário.

O levante reacionário no seio do movimento espírita não pode mais receber a condescendência da razão, precisa ser enfrentado com os olhos da evangelização mais genuína que formos capazes de manifestar: amar ao próximo como a si mesmo! Esse próximo também inclui aqueles que os espíritas arcaicos rejeitam na condição de iguais; são os progressistas, defensores de justiça social, direitos humanos, diversidade sexual e religiosa, na desconstrução da compreensão darwinista de relacionamentos sociais e culturais.

Basta de utilizar as decodificações de Kardec para manter as estruturas mentais humanas aprisionadas ao que acomoda interesses de castas e classes sociais; é chegada a hora de libertar o amor de Deus e a misericórdia de Jesus das amarras moralistas que nos ensinam a punir e desprezar pessoas e até espíritos.

Ser culto é ser libertador! Perdoar também é transformar relações. O Brasil haverá de reconstituir o fino tecido das relações entre Espiritismo e Filosofias Progressistas, unindo em patamares de altruísmo, respeito e muito amor aqueles e aquelas que arregaçarem as mangas para este trabalho de mãos dadas, com as perspectivas nobres da emancipação espiritual.

Em São Paulo esta corrente de renovação se materializa, mas seus elos estão dispersos por todos os estados brasileiros, e nossa alegria consiste também em anunciar este momento novo.

Com Jesus e Kardec, sob as bençãos de Deus.

 

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