8ª Bienal: 9 autores lançam livros pela 1ª vez

Marília Matsumoto, autora de Uma Amizade Além do Tempo

Além do esforço permanente de incluir autores consagrados em seu catálogo de obras como Lêdo Ivo, Jorge de Lima e Dirceu Lindoso, a Imprensa Oficial Graciliano Ramos vem revelando a cada ano uma série de novos talentos no cenário literário alagoano, criando oportunidades, reafirmando sua importância no meio artístico e cultural do estado. Este ano, dos 20 títulos lançados na programação da editora durante a 8ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas, nove são de autoria de escritores estreantes.

Todos esses autores foram selecionados a partir de editais públicos promovidos pela Imprensa Oficial Graciliano Ramos cujos processos seletivos primam pela transparência e acesso democrático. A escolha das obras (apresentadas com pseudônimos) sempre passa pelo crivo de um grupo de pareceristas que avalia os trabalhos com isenção, considerando critérios como qualidade, relevância e originalidade.

Um dos editais anuais mais esperados pelos autores é o Edital de Obras Literárias que prevê a candidatura de livros de diversos gêneros literários, entre eles, poesia (sempre o campeão de inscritos), romance, ensaio, teatro e crônicas.

Marcos Damasceno, autor de Vá Pra Cuba – A Cuba que vi, ouvi e senti

“Vamos anunciar a abertura do período de inscrições do Edital de Obras Literárias no sábado, 30/09, durante a nossa programação na Bienal Internacional do Livro de Alagoas. Este ano, as inscrições serão realizadas exclusivamente pela internet para tornar o processo mais simples e acessível. Acreditamos que esta mudança resultará num aumento considerável no número de inscritos”, afirma Dagoberto Omena, diretor presidente da Imprensa Oficial Graciliano Ramos.

Durante a Bienal serão lançados 13 títulos selecionados na última edição do Edital de Obras Literárias, dos quais sete são de autoria de escritores que estão realizando o sonho de publicar o primeiro livro. São eles: Geovanne Otávio Ursulino, autor de Como Num Inferno para Marinheiros (poesia); Igor Machado, autor de Pausas Corrompidas (poesia); Jô Saulo, autor de Qualquer Curva que me Leve sem a sua Linha Reta (poesia); Lael Correa, autor de Azul Para Viagem e Outros Escritos Cênicos (teatro); Lilian Lessa, autora de Livro D’Água (poesia); Marcos Damasceno, autor de Vá Pra Cuba – A Cuba que vi, ouvi e senti (não ficção); e Sebage, autor de Álbum de Família (poesia).

Entre os escritores selecionados pelo edital da coleção Coco de Roda, selo de títulos infantis da Imprensa Oficial Graciliano Ramos, também há dois estreantes: Marília Matsumoto, autora de Uma Amizade Além do Tempo, e Luiz Antonio Caldas Filho, autor de Zé Muquém Pegou O Trem.

“A primeira publicação gera uma mistura de sentimentos e uma ansiedade absurda. Com a proximidade do lançamento essa confusão interior aumenta, mas no fim creio que a alegria de conseguir iniciar de fato uma carreira no ramo literário supera qualquer coisa”, relata o poeta Jô Saulo, mencionando que estrear como escritor em plena 8ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas é uma oportunidade especial já que o lançamento poderá alcançar um público maior do que em um lançamento independente. “Além disso, ser lançado a partir de um edital da Imprensa Oficial Graciliano Ramos tem um sabor diferente. A Graciliano tem feito um belo trabalho nos últimos anos com o aprimoramento de seus editais, além da variedade e continuidade dos mesmos. Fico feliz em saber que, depois de anos de atraso cultural em nosso estado, finalmente podemos contar verdadeiramente com um incentivo”, ressalta.

Em consonância, o professor e escritor Marcos Damasceno também aguarda com grandes expectativas a sua estreia na 8ª Bienal internacional do Livro de Alagoas. “Considero a Bienal um evento essencial para a difusão do hábito da leitura e um convite espetacular para o mundo das letras. Estive presente em todas as edições, e todas as vezes aguardava com ansiedade a sua realização. Agora essa ansiedade está bastante elevada, pois dessa vez terei um livro sendo lançado no evento, é portanto uma sensação completamente nova, é uma emoção difícil de descrever em palavras. A sensação que passa é de que é inútil tentar defini-la, melhor é senti-la, e estou curtindo muito essa expectativa de ver o livro exposto para o público alagoano”, celebra.

Para ele, a experiência de ter participado do processo seletivo do Edital de Obras Literárias só reforçou sua percepção sobre a seriedade da iniciativa da Imprensa Oficial Graciliano Ramos. “Pude perceber a seriedade no regulamento e o respeito ao cronograma estabelecido. Esse tipo de processo tem uma importância imensurável, pois é um instrumento de estímulo, de fomento à escrita em um estado que tem tanta gente talentosa, mas que não encontra tanto apoio para publicar seus romances, crônicas ou poemas”, afirma, argumentando que ações como o Edital de Obras Literárias deveria ser encarado como uma política pública permanente para promover o avanço da produção literária em nosso estado.

Jô Saulo, autor de Qualquer Curva que me Leve sem a sua Linha Reta

Já a escritora Marília Matsumoto revela que está contando os dias para o lançamento de seu livro na Bienal. “Entre os vários sentimentos reservados para este momento se sobressaem a ansiedade e a felicidade. Não vejo a hora de apresentar aos meus familiares e amigos o resultado final do livro. Quero ver a reação das pessoas ao lerem a história. O fato dele estar sendo lançado num grande evento, como a Bienal do Livro de Alagoas – o maior evento desse tipo aqui no estado – me traz muito orgulho”, conta.

Segundo ela, participar do edital da Coleção Coco de Roda foi uma experiência gratificante e inesquecível. “Desde o início, quando eu escrevi a história e me submeti ao processo seletivo, até o recebimento do resultado, vivenciei uma série de emoções diferentes. Bateu um pouco de insegurança, já que era a primeira vez que concorria num edital como este, que é muito disputado, e que permitiria integrar uma coleção que já conhecia e admirava como leitora e mãe. Editais como o da Coco de Roda são fundamentais para o cenário cultural de Alagoas porque valorizam tanto o trabalho dos escritores quanto o dos ilustradores locais”, diz Marília, reforçando que os livros da coleção cumprem papel relevante na formação cultural dos leitores infantis já que tratam de temáticas alagoanas de maneira lúdica e onírica.

Fonte: Assessoria

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